Descrição de chapéu Obituário Fábio Hissa Vieira Hazin (1964 - 2021)

Mortes: Foi referência nos debates do direito internacional da pesca

Fábio Hazin morreu aos 57 anos, de Covid-19

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São Paulo

Menos de um mês após a última atualização em seu currículo Lattes, o professor do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) Fábio Hissa Vieira Hazin teve a carreira abreviada pela pandemia. Ele morreu no dia 7 de junho, aos 57 anos, por complicações da Covid-19.

“A formação dele não era jurídica, mas mesmo assim eu o considero o maior entendedor do direito internacional da pesca no Brasil tamanha a participação dele nos debates sobre as questões jurídicas envolvendo a pesca”, diz André de Paiva Toledo, secretário-executivo do Instituto Brasileiro de Direito do Mar.

Graduado em engenharia de pesca pela UFRPE, Fábio cursou mestrado e doutorado em Tóquio (Japão) e pós-doutorado em Miami (EUA). Especializou-se em direito internacional do mar também nos EUA.

Fábio Hissa Vieira Hazin (1964-2021)
Fábio Hissa Vieira Hazin (1964-2021) - Reprodução/https://www.facebook.com/fabio.hazin

Dono de uma extensa trajetória, sua atuação principal era em oceanografia pesqueira e engenharia de pesca, com ênfase em grandes peixes pelágicos (atuns, agulhões, tubarões), atuando principalmente em biologia reprodutiva, distribuição, comportamento, migração, gestão pesqueira e direito internacional do mar, tendo exercido diversos cargos relevantes no Brasil e no mundo.

Atualmente, exercia a função de coordenador geral científico do Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo.

Fábio foi convidado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para palestras e contribuições.

Entre 2008 e 2009, presidiu o processo de negociação na FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) para a elaboração e a adoção de um tratado internacional com o objetivo de prevenir e eliminar a pesca ilegal, aprovado em 2009.

Também presidiu a Associação Brasileira de Engenharia de Pesca, a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico, a Comissão de Pesca do Oceano Índico Sudoeste e a Comissão do Oceano Pacífico Oeste e Central, entre outras.

Em 2015, exerceu o cargo de Secretário Nacional de Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura e, interinamente, de Ministro de Estado da Pesca e da Aquicultura.

“Ele adoeceu justamente no momento em que foi autorizada a vacinação para os professores. No caso do Fábio, o atraso das vacinas teve uma relação direta com a morte dele. Quando ele completou 57 anos, já estava intubado”, diz Toledo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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