Mãe de menino morto no RS buscou se impressão digital sai na água, diz polícia

Buscas por corpo da criança, jogada em rio, entram no 17º dia neste sábado (14)

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Porto Alegre

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou imagens de frases e expressões que teriam sido pesquisadas por Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, mãe que teria dopado o filho e jogado o corpo em um rio, na cidade de Imbé, litoral norte gaúcho.

Entre os termos pesquisados estão se “digitais humanas saem na água salgada do mar” e “quanto tempo duram as impressões digitais em contato com a água”.

Polícia Civil divulgou prints de pesquisas feitas pela mãe no menino no celular perto da suposta data do crime em Imbé
Polícia Civil divulgou imagens de pesquisas feitas pela mãe no menino perto da suposta data do crime em Imbé (RS) - Divulgação Polícia Civil

Desde o dia 29 de julho, quando ela procurou uma delegacia de polícia para registrar o suposto desaparecimento de Miguel, de sete anos, confessando o crime em seguida, o Corpo de Bombeiros Militar do RS faz buscas pelo corpo do menino na região do litoral, especialmente no mar.

À polícia, ela teria dito que dopou a criança e deixou o corpo no rio Tramandaí, que deságua no oceano Atlântico.

Segundo o delegado do caso, Antônio Carlos Ractz Jr., as pesquisas na internet divulgadas nesta sexta-feira (13) foram encontradas no telefone celular da mãe da criança.

A polícia indiciou Yasmin e a companheira, Bruna Nathieli Porto da Rosa, por homicídio duplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver.

Pelas datas que aparecem nas imagens, as pesquisas foram feitas nas primeiras horas do dia 29, quando, pelos depoimentos prestados à polícia, a criança já teria sido jogada no rio Tramandaí.

Além de pesquisar sobre a duração de digitais na água, a mulher teria pesquisado ainda, na mesma data, “quanto tempo fica uma digital no corpo humano”, “polícia civil de Tramandaí” (cidade ao lado de Imbé) e “bo online”, sobre como fazer um registro policial pela internet.

Em buscas feitas com a data de 26 de julho, a mulher teria pesquisado o que significa quando criança começa a ter alucinação e pelos termos “batimentos cardíacos”.

Jean Severo, advogado que representa Yasmin, disse à Folha que a defesa não teve acesso aos materiais divulgados e que irá analisar como foi feita a coleta das provas.

Segundo o advogado, a mãe do menino diz ter se sentido coagida a confessar o crime, não confirma a morte da criança e só vai contar detalhes do que aconteceu diante do juiz.

A reportagem também tentou contato com a defesa da companheira da mãe, mas não obteve retorno até a publicação.

A Polícia Civil já havia divulgado mensagens encontradas no celular de Bruna, em que ela falava com a irmã sobre Miguel, e vídeos dela conversando com a criança e ameaçando agredi-lo.

Nesta semana, o laudo da perícia feita em uma camiseta infantil que foi encontrada no local onde o casal morava com a criança confirmou que o sangue encontrado na roupa pertence ao menino.

O exame foi feito comparando o material extraído do tecido da camiseta com material genético fornecido pela mãe, de acordo com o IGP (Instituto Geral de Perícias) do Rio Grande do Sul.

A camiseta foi coletada em buscas feitas no dia 3 de julho, as mesmas que localizaram cadernos que mostram frases que a criança era obrigada a copiar, segundo a polícia, como “não mereço a mamãe que tenho” e “sou um filho horrível”.

O laudo também confirmou que material biológico, encontrado em uma corrente metálica, e um fio de cabelo, encontrado em um poço de luz no local onde o casal e o menino viviam, eram compatíveis com um filho biológico da mulher.

Os bombeiros seguem as buscas pela costa litoral do Rio Grande do Sul. A corporação de Santa Catarina também foi notificada sobre o caso.

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