O educador e advogado Cesare La Rocca era italiano por nacionalidade e baiano de alma e coração. Firme e doce, bravo e acolhedor, foi lutador em prol de crianças e adolescentes.
Ele morreu dia 15 de setembro, aos 83 anos. Cesare tinha algumas comorbidades e seu quadro de saúde se agravou.
No Brasil desde 1969, ele criou em 1990 o Projeto Axé, que através da arte e da educação já atendeu cerca de 30 mil crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
“Ele dizia que a criança é o axé mais precioso de uma nação. Quando perguntavam o porquê ele fundou o Projeto Axé, respondia que era necessário fazer políticas públicas, falar de direitos e lutar pela existência dos valores que as crianças herdam e geram, giram e fazem de novo herdar. Era um mago das palavras. Ele tinha sempre a palavra bem dita, justa e firme para nos orientar. E todos os dias nos ensinava alguma coisa”, conta Regina Moura, gestora de comunicação e produção executiva do projeto.
Pelo relevante trabalho social frente ao projeto, que é conhecido internacionalmente, em 2015, Cesare recebeu da Assembleia Legislativa da Bahia o título de Cidadão Baiano.
Em nota, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) disse que Cesare La Rocca, grande defensor dos direitos das crianças e dos adolescentes, foi seu representante adjunto no Brasil nos anos 1980 e desempenhou uma atuação fundamental durante a Constituinte e a elaboração do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Políticos e personalidades usaram as redes sociais para homenageá-lo. “Hoje perdi um grande e amado amigo e o mundo perdeu um homem genial, iluminado e generoso que dedicou a vida à luta pelos direitos humanos. Cesare La Rocca tinha que ter ganho um prêmio Nobel da Paz por seu maravilhoso @projetoaxe”, escreveu a cantora Daniela Mercury.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), e o governador da Bahia, Rui Costa (PT), também lamentaram sua morte.
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