Descrição de chapéu Obituário Ivanete Kotait (1946 - 2021)

Mortes: Pesquisadora voraz, amava a ciência, a família e os amigos

Ivanete Kotait era mestre em saúde pública veterinária e tinha mais de 100 artigos científicos publicados

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São Paulo

A casa de Ivanete Kotait estava sempre de portas abertas à família e aos amigos.

Para o estudante de advocacia Felipe Kotait Buchatsky, 21, sobrinho-neto, uma de suas grandes marcas foi a amizade. Ivanete conquistou o carinho de muitas pessoas.

De personalidade curiosa, ela misturava um jeito amoroso com firmeza, principalmente quando defendia suas convicções.

Ivanete Kotait (1946-2021)
Ivanete Kotait (1946-2021) - Arquivo pessoal

​Foi ao lado dos muitos amigos e da família que valorizou os pequenos prazeres da vida, como ir à praia e a restaurantes, o que apreciava. “Deixou boas memórias nos corações de quem conviveu com ela”, afirma Felipe.

A ligação dos dois era especial. “A conexão que eu tinha com ela não era só pelo laço de sangue, mas pela alma”, conta.

Ivanete nasceu em Avaí (a 367 km de SP) e ainda criança mudou-se para a capital paulista. Filha de pais descendentes de libaneses e sírios, cresceu com mais cinco irmãos, sendo duas mulheres e três homens.

Em 1972, formou-se em medicina veterinária pela USP, onde também tornou-se mestre em saúde pública veterinária, em 1990.

A atuação na área de pesquisa foi intensa e importante. Ivanete possui mais de 100 artigos científicos publicados dentro do universo da virologia, de acordo com Felipe.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo afirmou que a pesquisadora estudou temas relacionados à epidemiologia, estomatite vesicular e zoonoses.

Em 2009, foi homenageada pelo órgão em razão dos relevantes serviços prestados à saúde pública por meio do Instituto Pasteur. Lá, chegou a assistente técnica em saúde da diretoria. A carreira começou no Instituto Biológico de São Paulo, onde foi diretora-geral.

Ivanete ia a congressos, seminários, encontros científicos no Brasil e exterior —esteve presente em mais de 150 deles— e também participava do comitê nacional e internacional da Reunião Internacional de Raiva das Américas, que em 2021 será no Brasil, em outubro.

“Ela gostava muito do que fazia. Nessa paixão, deixa um grande legado para a ciência do país”, diz Felipe.

Ivanete morreu dia 22 de setembro, aos 74 anos. Há mais de oito anos lutava contra um câncer. Solteira, não tinha filhos. Deixa irmãos, sobrinhos e amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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