A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em São Paulo (SBCP-SP) emitiu nota a favor do cirurgião plástico Alan Landecker, acusado de deformar nariz de pacientes. O caso é investigado pela Polícia Civil, pelo Ministério Público e pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).
Na nota, a entidade afirma que "os casos relatados despertam preocupação pela gravidade das infecções e também por serem intercorrências cirúrgicas incomuns".
Em seguida, a trajetória do médico é enaltecida. "Ele é internacionalmente reconhecido por sólida formação e experiência no segmento", diz o comunicado, que pede cautela no "apontamento de eventuais responsáveis, pois apenas quando as investigações forem concluídas será possível compreender a origem das intercorrências".
Por fim, a entidade "defende que toda intercorrência cirúrgica seja amplamente investigada, para que as suas razões sejam devidamente esclarecidas e possam contribuir para o aperfeiçoamento da especialidade, da medicina e principalmente da segurança do paciente".
Como a Folha mostrou, faz parte de um grupo de ao menos sete ex-pacientes de Landecker que procuraram a Polícia Civil de São Paulo para registrar queixa contra o cirurgião. Eles reclamam de lesões no nariz e problemas de saúde (como perda de olfato, paladar e audição) provocados por infecção pós-rinoplastia estruturada.
Procurado pela reportagem, Landecker negou ter cometido falhas nos procedimentos, disse que prestou a necessária assistência pós-cirúrgica e afirmou que não pode ser responsabilizado nos casos em que os pacientes não cumpriram o protocolo de cuidados recomendados
A série de reclamações contra Landecker tinha levado três dos mais renomados hospitais da capital (Sírio Libanês, Vila Nova Star e São Luiz) a impedi-lo de realizar cirurgias em suas unidades.
Na sexta-feira (5), o hospital Albert Einstein informou que suspendeu o cirurgião plástico do quadro de médicos autorizados a realizar procedimentos no centro cirúrgico da instituição.
Em nota assinada pelos advogados de defesa, o médico classificou a suspensão dos hospitais como "unilateral e precipitada, baseando-se apenas em matérias jornalísticas". "A lisura do doutor Landecker está sendo comprovada nos órgãos responsáveis", concluiu o documento.
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