Descrição de chapéu Obituário Adilson Luiz Gama (1934 - 2021)

Mortes: Comandou o navio da USP na 1ª expedição do Brasil à Antártida

Adilson Luiz Gama ensinou honestidade e caráter para os filhos

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São Paulo

O carioca Adilson Luiz Gama já teve os holofotes da imprensa nacional voltados para si, mas nunca valorizou o ser humano pelos títulos. Ensinou aos filhos que as suas ações durante a vida seriam importantes.

Adilson foi o comandante do navio oceanográfico Professor Wladimir Besnard, da Universidade de São Paulo (USP), na primeira expedição oficial do Brasil à Antártida, em 1982.

O navio foi batizado em homenagem ao russo-francês Wladimir Besnard, cientista trazido ao Brasil pelos fundadores da universidade para organizar e dirigir o Instituto Oceanográfico em seus primeiros 14 anos.

Adilson Luiz Gama (1934-2021)
Adilson Luiz Gama (1934-2021) - Arquivo pessoal

Adilson formou-se na Escola de Marinha Mercante em 1952, no Rio. Dois anos depois, tornou-se segundo oficial de Náutica.

Mais tarde, evoluiu a primeiro-oficial de Náutica e, em 1971, a imediato (categoria abaixo à do comandante). Em 1976, chegou a capitão de Longo Curso.

Adilson foi capitão em diversas companhias e consultor técnico de operações marítimas para agências e companhias de navegação.

Após passar dos completar 70 anos e já aposentado, o comandante também trabalhou na dragagem do Porto de Santos (a 72 km de SP), cidade onde morava desde a década de 1960.

"Ele era um cara legal, a frente de seu tempo, porque nasceu na década de 1930, viveu e acompanhou a evolução tecnológica. Pegou o rádio, a TV, a TV colorida, o computador", conta o jornalista Aldo Gama, 52, um dos filhos.

Segundo ele, Adilson prezava a honestidade e o caráter acima de tudo e seu grande orgulho era que os filhos fossem pessoas corretas e de bem.

"Ele nos ensinou o respeito. Não temos nenhum preconceito, religiosidade ou gênero nunca foi tabu em casa. Isso fazia dele uma pessoa diferenciada, pois tinha um senso de humanidade muito grande", afirma Aldo.

"Meu pai teve ciência da responsabilidade do trabalho dele e orgulho das suas conquistas. Foi feliz com a família e com o que tinha conquistado na vida", completa.

De hábitos simples, Adilson gostava de ler e passou o costume aos filhos. Além disso, apreciava ficar cercado pela família e pelos amigos.

Adilson Luiz Gama morreu no dia 11 de novembro, aos 87 anos, após lutar contra um câncer de próstata. Deixa a esposa Neide Ballesillo Gama e os filhos Marcelo, Marcio, Aldo e Fabiano Gama.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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