Descrição de chapéu chuva

Sobe para 24 o número de pessoas mortas após fortes chuvas na Bahia

À Folha, governador Rui Costa estima recuperação do estado em ao menos R$ 1,5 bilhão

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Rio de Janeiro

Subiu para 24 o número de pessoas mortas em função das fortes chuvas que atingiram a Bahia na última semana, segundo atualização do governo estadual divulgada na tarde desta quarta-feira (29). O total de feridos aumentou para 434.

Desde o último boletim, foram confirmadas mais três mortes: um casal que teve o carro arrastado pela enxurrada em São Félix do Coribe, e um homem, morador de Ubaitaba, atropelado por um motorista que perdeu a visibilidade por causa das chuvas.

Os municípios com vítimas fatais são: Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (2), Aurelino Leal (1), Itabuna (2), São Félix do Coribe (2) e Ubaitaba (1).

Na Bahia, 141 municípios foram afetados pelas fortes chuvas e 132 seguem em situação de emergência - Camila Souza/GOVBA

Até o momento, as enchentes deixaram 37.324 pessoas desabrigadas e 53.934 desalojadas. Cento e quarenta e um municípios foram atingidos, e 132 seguem em situação de emergência. No total, 629.398 pessoas foram afetadas.

Em entrevista à Folha, o governador Rui Costa estima em cerca de R$ 1,5 bilhão a recuperação do estado. Ele afirma que não há registro anterior de tamanha destruição na Bahia.

O governo federal chegou a anunciar R$ 80 milhões para restaurar as estradas federais no estado, valor considerado insuficiente por Costa. Ele diz que serão necessários pelo menos R$ 400 milhões. "Pergunte para qualquer caminhoneiro como está a BR-242, a principal via de escoamento do agronegócio na Bahia."

A recuperação das estradas estaduais está estimada em R$ 500 milhões, e a das estradas vicinais em R$ 300 milhões. "O interior da Bahia tem atividades econômicas dependentes da agricultura, da produção de leite, carne, mandioca, fruta. Se essa produção não consegue chegar aos grandes centros, significa a derrocada da economia, da renda das pessoas", afirma o governador.

O governo também avalia que terá que construir ao menos 5.000 casas, com custo de R$ 80 mil cada, incluídos os gastos com a estrutura da rua, como pavimentação, e a instalação de rede de água e esgoto. Somadas as unidades, o valor chega a R$ 400 milhões.

Costa diz que não será possível consertar todos os estragos de uma vez, e que será preciso definir as prioridades. A expectativa é de que as casas comecem a ser construídas em janeiro.

"Protelar significa [ter] um custo alto com aluguel social. Muitas famílias são de baixa renda, sem nenhuma capacidade de pagar um aluguel. Quanto mais rápido conseguir a casa, menor o custo emocional para as pessoas também."

No momento, as defesas civis municipais e estadual estão avaliando a estrutura das casas atingidas pelas enchentes para determinar a possibilidade de desabamento. Ainda não há previsão para que as vistorias terminem e, por isso, o governador diz que tem receio de que as famílias voltem para suas casas antes da liberação dos órgãos responsáveis.

"O risco de que uma parte volte sem vistoria é grande, porque a pessoa vê a rua e a casa sem água, vai querer entrar para limpar e voltar", afirma.

Segundo ele, os Bombeiros e a Defesa Civil estão agilizando os trabalhos para ao menos sinalizar quais casas visivelmente parecem ter mais risco de desabamento, para vetar o retorno dos moradores.

Costa afirma que o governo garantiu um kit com geladeira, fogão, botijão de gás e colchão para 2.400 pessoas de baixa renda que perderam tudo com as enchentes no sul do estado. Ainda está sendo estipulado um valor a ser depositado na conta de outras vítimas para garantir o acesso a esses eletrodomésticos.

O governador também diz que foi realizado um empréstimo de até R$ 150 mil para comerciantes que perderam seus negócios, com possibilidade de pagamento em até 36 meses.

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