Descrição de chapéu Tragédia em Capitólio

Aposentado morto em Capitólio visitava região de lancha pela primeira vez

Na manhã de domingo (9) familiares vão ao IML para identificar vítimas do acidente em Capitólio (MG)

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Capitólio (MG)

Familiares das vítimas do acidente no Capitólio estão no IML (Instituto Médico Legal) de Passos (MG) na manhã deste domingo (9), na tentativa de liberar os corpos já identificados ou coletar material genético para posterior identificação de cadáveres que tiveram seus corpos mutilados.

Em frente ao instituto, há cerca de 10 pessoas. Em meio ao tempo chuvoso, os familiares apresentam sinais de cansaço e olhos marejados.

A Polícia Civil de Passos confirma o reconhecimento formal de apenas uma das vítimas, o aposentado Julio Borges Antunes, 68, morador de São José da Barra (MG).

Familiares aguardam a liberação dos corpos das vítimas de um acidente em Capitólio, no interior do estado de Minas Gerais. Um Cânion se desprendeu atingindo lanchas e deixando 8 mortos
Familiares aguardam a liberação dos corpos das vítimas de um acidente em Capitólio, no interior do estado de Minas Gerais. Partes de um Cânion se desprendeu atingindo lanchas e deixando 8 mortos - Eduardo Anizelli/ Folhapress

À Folha, o sobrinho Felipe Antunes, 30, afirmou que era a primeira vez que seu tio andava de lancha pelo lago Furnas.

"Sempre gostou de pescar, mas foi a primeira vez que foi dar um passeio de lancha", diz Antunes.

Familiares também afirmam já ter identificado outros corpos. O marmorista Rogelhio Francisco das Chagas, 37, afirma que quatro vítimas da tragédia deixaram a cidade de Serrania (MG), para acampar.

Segundo ele, entre seus familiares mortos já identificados estão o policial militar aposentado de Minas Gerais, Sebastião Teixeira da Silva, 63, e a dona de casa Marlene Augusta Silva, 52, esposa de Sebastião.

O filho do casal Geovane Teixeira da Silva, 37, e o neto Geovane Gabriel Oliveira da Silva, 14, seguem desaparecidos. "Vieram a passeio. Estavam acampados em um sítio e resolveram andar de barco", disse Rogelhio.

Quem também se encontra no Posto de Perícias Integradas de Passo são os familiares do marinheiro Rodrigo Alves dos Anjos, 40, condutor da lancha e morador de Betim (MG).

A esposa e filha estavam muito abaladas, mas a auxiliar administrativa Milena Rodrigues Alves dos Anjos, 21, disse que seu pai era um piloto experiente.

A jovem contou que realizou a coleta de material genético com o uso de um cotonete em sua boca. O corpo de Rodrigo ainda não havia sido reconhecido.

Na tarde de sábado (8) o desabamento de uma parte de cânion sobre lanchas que passeavam pelo lago de Furnas, em Capitólio (MG), deixou ao menos oito mortos. No acidente, quatro embarcações foram atingidas, das quais duas afundaram e 32 pessoas ficaram feridas.

​De acordo com o Corpo de Bombeiros as buscas pelos dois desaparecidos foram retomadas na madrugada deste domingo (9).

O aposentado Julio Borges Antunes, morto na tragédia em Capitólio (MG)
O aposentado Julio Borges Antunes, morto na tragédia em Capitólio (MG) - Arquivo pessoal

Polícia identifica oito mortos e dois desaparecidos

No início da tarde deste domingo (9), a Polícia Civil de Minas Gerais informou que identificou as dez vítimas do acidente, tanto os oito mortos quanto os dois desaparecidos.

Marcos de Souza Pimenta, delegado regional de Passos, informa que "seria prematuro responsabilizar alguém por um acidente dessa magnitude" e diz que, agora, o foco é a identificação das vítimas do acidente.

Pimenta afirma que, devido o acidente, os corpos estão muito danificados. Por isso, por enquanto, apenas o aposentado Julio Borges Antunes foi formalmente identificado.

O delegado disse ainda que, em uma investigação preliminar, foi identificado que as lanchas estavam aptas a transportar passageiros e analisa que o clima nublado e chuvoso pode ter evitado um maior número de mortes. "Caso contrário, ali poderia ter 50 a 100 crianças nadando."

"Precisamos de apoio de geólogos para saber se essa erosão pode ser provocada pela chuva ou pelo som das lanchas que param e fazem um escarcéu naquele local", completou o delegado. ​

Ele afirmou que foi criado um grupo de acolhimento de WhatsApp com os familiares de vítimas desaparecidas.

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