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Distanciamento social impulsiona passeios de barco em SP

Em Bertioga, venda de lanchas no verão teve crescimento de 20% em comparação a março de 2020

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Bertioga

No canto da praia do Indaiá, em Bertioga, no litoral norte de São Paulo, as marcas de pneu na faixa de areia denotam que ali é território das lanchas que saem das marinas rebocadas por tratores até o mar.

Desde o primeiro verão pós-pandemia, em março de 2020, os tratores das marinas no canto do Indaiá têm trabalhado ao menos 20% mais, segundo o prefeito da cidade, Caio Matheus (PSDB). "A necessidade do distanciamento social fez o turismo náutico aumentar", diz. "Além disso, as pessoas começaram a ver pessoas próximas morrerem e decidiram investir na família", continua.

Lanchas ancoradas na ponta da praia Indaiá
Cantão do Indaiá, em Bertioga, no litoral norte de São Paulo, é ponto de turismo náutico - Eduardo Anizelli/Folhapress

Segundo o prefeito, as vagas para embarcações abertas em duas novas marinas na cidade foram esgotadas rapidamente. Em uma delas, há fila de espera e ligações diárias de interessados em encontrar espaço para aportar seus barcos. "Estamos com 40 barcos a mais", diz a gerente da Marina Capital, Carol Reis, onde a mensalidade varia de R$ 1.000 a R$ 4.000.

Por ter uma série de rios que desembocam nas praias, além do canal de Bertioga, o balneário é bastante procurado por adeptos do turismo náutico.

A fila de barcos para entrar e sair do mar é organizada por mensagens de rádio entre os marinheiros e os funcionários em terra. É dado um intervalo de cinco minutos entre cada viagem de trator para evitar congestionamentos.

Segundo o secretário de turismo de Bertioga, Ney Carlos da Rocha, a demanda no setor náutico aumentou em todo litoral paulista, o que tem criado uma espécie de superávit nos valores de barcos e peças.

O agente imobiliário Fernando Tarcha, 47, comprou sua lancha há cerca de seis meses para "poder aproveitar mais a vida". "Tinha planos de fazer isso com mais idade, mas a pandemia veio e decidi que, se não fizer agora, não faço mais", diz.

O uso da embarcação é dividido com outros cinco donos que não se conhecem. Os custos de manutenção, aluguel na marina e salário do marinheiro são compartilhados. "É uma modalidade que tem crescido entre os donos de barcos", diz Tarcha.

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