Homem é linchado e morto no DF após tentativa de estupro

Sistema da de vídeo de sex shop mostra mulher resistindo à abordagem; irmã de morto diz que ele estava drogado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

Um homem foi morto após ser flagrado tentando estuprar a dona de uma sex shop em Riacho Fundo II, no Distrito Federal. A cena foi gravada pelo sistema interno da loja e ocorreu na última quinta-feira (10).

No vídeo, ele aparece forçando a mulher a ir para um provador do estabelecimento, enquanto ela resiste. Depois, ela cai e ele fica por cima para assediá-la, até o momento em que quatro homens entram no local e começam a agredi-lo.

O homem tinha 34 anos e se chamava Jefferson Ribeiro Dias. Ele já tinha respondido a dois inquéritos na Polícia Civil pelo mesmo crime. Outros vídeos mostram Dias desacordado sendo detido por policiais e levado até um carro da Polícia Militar, com várias pessoas assistindo à cena na rua. Ele morreu no local.

A família de Dias informou à polícia que ele estava sem trabalhar havia cinco anos porque tinha sido afastado pelo INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) devido ao vício em cocaína. Os parentes também informaram que ele tomava remédios controlados e estava em tratamento em um centro de atenção psicossocial, mas havia usado grande quantidade da droga naquele dia.

Os homens entraram na loja porque ouviram gritos de socorro da mulher. A polícia chegou ao local após ser acionada com a informação de que havia um provável furto na sex shop. Os profissionais da corporação afirmaram que, quando chegaram no estabelecimento, havia cerca de cem pessoas na rua em frente à loja.

A Folha apurou que, em depoimento à polícia, a vítima afirmou que o homem pediu para ver um produto da loja que ficava numa área reservada. Conforme o relato, quando iria sair dessa área para entregar o objeto, Dias tentou agarrá-la.

Ela diz ter sofrido lesões no lábio, além de uma tentativa de sufocamento, e que viu o momento em que uma mulher chegou ao local alegando ser irmã do agressor.

A irmã de Dias também prestou depoimento à polícia. Segundo ela, sua mãe também estava no local e chegou a pedir para um rapaz que estava gravando a cena parar de filmar, quando foi agredida com um chute na barriga. Ela reagiu e disse que se iniciou uma troca de agressões mútuas com o homem que estava filmando o caso.

Ela disse ter ficado com os braços arranhados porque teria levado um soco na hora do desentendimento.

A irmã disse à polícia que viu o marido da dona da sex shop dando um chute na cabeça de Dias. Segundo a irmã, sua mãe reagiu e gritou perguntando se o homem que havia dado o chute estava louco. Nesse momento, os policiais teriam chegado ao local e algemado Dias.

A vítima da tentativa de estupro negou que seu cônjuge tenha realizado qualquer agressão.

À Polícia Civil os policiais militares que atuaram no caso informaram que perceberam que o pulso de Dias estava muito fraco e que tiraram a algema para tentar reanimá-lo, mas não tiveram sucesso. Eles também disseram que não presenciaram as agressões ao homem que morreu.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros também foi até o local, mas não conseguiu evitar a morte. Nos autos do inquérito, o caso é tratado como possível homicídio ocorrido em decorrência das agressões sofridas por Dias.

A irmã do homem que morreu, que preferiu não se identificar, afirmou que seu parente foi morto sem possibilidade de se defender e afirmou que ele agiu daquela maneira contra a dona da sex shop porque estava drogado e fora de si.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.