Condenada pela morte do menino Bernardo vai para o semiaberto

Edelvânia era amiga da madrasta do garoto de 11 anos e confessou ter feito uma cova; crime ocorreu em 2014 no RS

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Porto Alegre

Uma das quatro pessoas condenadas pela morte de Bernardo Uglione Boldrini, em 4 abril de 2014, Edelvânia Wirganovicz obteve, na sexta-feira passada (6), progressão ao regime semiaberto. O crime ocorreu em Três Passos, no norte do Rio Grande do Sul.

Ela havia sido condenada a 22 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Embora o crime tenha ocorrido há oito anos, o tempo considerado pela Justiça de cumprimento de pena foi de nove anos e 14 dias. Edelvânia foi beneficiada com 348 dias de remição no cálculo da pena por ter trabalhado enquanto esteve no cárcere. A decisão é da 2ª Vara de Execuções Criminais da Comarca de Porto Alegre.

Edelvânia era amiga da madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, e admitiu, no julgamento ocorrido em março de 2019, ter feito uma cova vertical para que o corpo do menino de 11 anos fosse escondido em um matagal de Frederico Westphalen. Segundo a Justiça concluiu, Bernardo foi morto pela madrasta com a injeção de uma superdosagem de um medicamento para dormir.

Bernardo em foto de arquivo; ele posa com um mural de escola ao fundo
Bernardo Uglione Boldrini, morto aos 11 anos em Três Passos (RS) - Reprodução

Foi Edelvânia quem apontou o lugar do cadáver, à época da investigação.

Embora a Justiça tenha determinado a sua transferência do Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier para o Instituto Feminino de Porto Alegre no prazo de 10 dias, a defesa ainda pleiteia que Edelvânia cumpra o restante da pena em casa, usando uma tornozeleira eletrônica. Alega questões de segurança.

"No presídio, Edelvânia cumpria pena isolada das demais detentas. É difícil assegurar a integridade física dela em uma instituição de regime semiaberto. Acreditamos que o mais seguro é que ela possa cumprir pena em um domicílio na região de Frederico Westphalen, com horário determinado para trabalhar e voltar para casa", diz o advogado de Edelvânia, Jean de Menezes Severo.

Em sua decisão pela progressão de regime, o magistrado Geraldo Anastácio Brandeburski Júnior considerou que Edelvânia havia passado por exame criminológico conduzido por uma psicóloga e possuía "conduta plenamente satisfatória" durante o cumprimento da pena.

Ela ganhou ainda o direito a cinco saídas temporárias por ano, por períodos de até sete dias.

Em 2019, o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, também foi condenado a nove anos e seis meses de prisão. No entendimento do júri, Evandro teria auxiliado a irmã a fazer a cova para ocultar o cadáver de Bernardo. Ambos sempre negaram essa hipótese. Evandro obteve liberdade condicional em 25 de março de 2019.

O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, foi condenado a 33 anos e oito meses de prisão. A madrasta, Graciele Ugulini, a 34 anos e sete meses.

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