Descrição de chapéu Obituário Wendell Lucena Ramalho (1947 - 2022)

Mortes: Wendell foi o professor dos goleiros na conquista do tetra

Preparador do Brasil em três Copas do Mundo também fez história como jogador do Botafogo e do Fluminense

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São Paulo

O bordão "sai que é sua, Taffarel", eternizado pelo narrador Galvão Bueno na televisão, poderia ser trocado por "chuta, Wendell", numa referência aos treinamentos do preparador de goleiros do Brasil nas Copas do Mundo de 1994, 1998 e 2006, sempre na comissão técnica de Carlos Alberto Parreira e Zagallo.

Wendell Lucena de Carvalho morreu aos 74 anos no último dia 23 de maio e deixou um legado no futebol brasileiro.

"Depois da conquista do tetra [nos EUA, em 1994], a posição de goleiro se tornou mais respeitada no exterior e no Brasil", afirma o ex-goleiro Taffarel, que atualmente ocupa o mesmo cargo de Wendell na seleção brasileira, que neste ano vai disputar a Copa do Mundo do Qatar, e no inglês Liverpool.

Wendell Lucena Ramalho, preparador físico da seleção brasileira na conquista do tetra, na Copa do Mundo de 1994, morreu aos 74 anos no último dia 23 de maio - Acervo CBF

Nascido em Recife, Wendell fez nome como goleiro no futebol carioca, pelo Botafogo —integrou o time vice-campeão brasileiro de 1972— e Fluminense. Teve ainda passagens por outros clubes, como o pernambucano Santa Cruz, e o Guarani, de Campinas.

Como jogador, Wendell foi convocado sete vezes para a seleção pelo técnico Zagallo, entre 1973 e 1974, sendo que em três jogos não sofreu gols. No saldo total, foram cinco vitórias, um empate e uma derrota para os suecos pelo placar magro de 1 a 0.

Mas foi com a conquista do tetra, já na comissão técnica, que o nome de Wendell ficou mundialmente conhecido. "O treino era baseado na escola brasileira, ou seja, trabalho técnico e muito chute", afirmou Taffarel, titular nas Copas de 1990, 1994 e 1998.

"O fato de ele ter também ter jogado na seleção ajudou a complementar ainda mais o trabalho", disse.

"Trouxe experiência e sabia bem o que estávamos para enfrentar, nos preparando mentalmente", completou o arqueiro, que fechou o gol na final contra a Itália, e ainda foi decisivo na disputa de pênaltis.

Além de Taffarel, o trio de goleiros da Copa do Mundo dos EUA tinha Zetti e Gilmar Rinaldi.

"Nosso querido Kung Fu foi treinar goleiros no céu", escreveu o hoje empresário Gilmar, no Instagram, em uma referência ao apelido dado pelos jogadores ao preparador de goleiros da seleção naquela Copa, por causa das longas caminhadas do personagem da antiga série de TV.

"Quando não estava treinando, dormindo ou no restaurante, ele estava, com certeza, caminhando. Era muito engraçado", brincou Taffarel. "Nós tínhamos um bom relacionamento. Toda vez que eu ia para a seleção a gente sempre trocava ideias, eu contava as novidades", disse o goleiro tetracampeão.

Wendell morreu em São Lourenço do Oeste (SC). A causa da morte não foi divulgada.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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