Descrição de chapéu Obituário Paulo da Cunha Lana (1956 - 2022)

Mortes: Cientista do mar, é grande nome da oceanografia brasileira

Paulo da Cunha Lana uniu ciências da natureza e sociais e foi um um mentor exemplar

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Curitiba

Paulo da Cunha Lana era respeitado como um dos grandes nomes da oceanografia brasileira, principalmente no Centro de Estudos do Mar, instituição que ajudou a criar dentro da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

"Um dos mais destacados cientistas do Brasil e do mundo na sua área de pesquisa. Dedicação, seriedade e excelência exprimem bem o cientista que era", diz o amigo Francisco Mendonça, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFPR (Universidade Federal do Paraná). "Ele tinha sempre um número expressivo de estudantes em sua volta", completa.

Lana era doutor em ecologia marinha e gestão costeira ( Foto: Arquivo Pessoal ) - Arquivo Pessoal

Biólogo, oceanógrafo e ecólogo, Lana ajudou a formar centenas de estudantes. "Paulo era uma pessoa muito intensa. Os alunos adoravam ele pois estimulava e nos ensinava a sermos criativos, arriscar e avançar na ciência", afirma o também amigo Maikon Di Domenico, seu ex-aluno e atual coordenador do curso de oceanografia da UFPR.

Para José Andriguetto Filho, compadre, ex-aluno e colega de universidade por décadas, Lana sabia como ninguém integrar as ciências da natureza com as ciências sociais. "Ele acolhia todos os alunos, não desistia de nenhum, era um pai pra muitos. Gentil, atencioso, cuidadoso. Rompia qualquer barreira social ou econômica", ressalta.

"Era considerando um cientista do mar por excelência, na essência. Brilhante pesquisador e docente. Essencialmente generoso", publicou a Aoceano (Associação Brasileira de Oceanografia).

A UFPR afirma que mesmo após se aposentar em 2020, Lana permaneceu dando aulas e realizando pesquisas. sendo um dos responsáveis pela implantação do doutorado em meio ambiente e desenvolvimento.

Foi ainda membro do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que exaltou sua dedicação, seu senso por justiça e sua preocupação com pescadores do Paraná, estado no qual "desenvolveu um trabalho notável", publicou o conselho.

Com a família era carinhoso, dedicado e bem humorado. ( Foto: Arquivo Pessoal ) - Arquivo Pessoal

Para a família sempre foi carinhoso e dedicado, diz o filho Pedro Lana. Bem humorado e com "uma dose de acidez", era um pai presente, exigente, mas de "coração mole".

Depois da aposentadoria, descobriu novos prazeres, como fotografia e observação de pássaros. "Planejava encerrar sua vida profissional em 2023, mas continuar participando da formação de cientistas pra empurrar a ciência brasileira pra algo menos incremental e produtivista", afirma o filho.

O cientista morreu no dia 30 de junho, aos 66 anos. Ele teve morte súbita devido a problemas de pressão sanguínea. Deixa a mulher e três filhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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