Azul devolve cadeira motorizada com bateria danificada, segundo publicitária

Empresa diz seguir em tratativas com a cliente para solucionar o caso o mais breve possível

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São Paulo

Após desembarcar de um voo pela Azul no último dia 24, a publicitária e influenciadora digital Esther Luz, 22, do Rio de Janeiro (RJ), constatou que a bateria de sua cadeira de rodas motorizada estava danificada. Agora, ela reivindica que a companhia compre uma cadeira nova, uma vez que a reposição da peça original destruída, que é importada, ocorrerá só em outubro.

"Sem a minha cadeira perco a autonomia, independência, meu direito de ir e vir", diz a passageira.

A Azul diz lamentar o ocorrido e que busca solucionar o caso.

Luz conta que, no dia 6 de julho, voou do Rio de Janeiro com a família para visitar a irmã, que mora em Lisboa, Portugal.

A publicitária Esther Luz, 22, na cadeira de rodas adaptada antes de sofrer avarias - Arquivo pessoal

Ao chegar ao país, todavia, esperou dentro da aeronave para ter sua cadeira de rodas adaptada na porta do avião e poder se locomover de forma independente. A publicitária tem atrofia muscular espinhal, doença degenerativa que causa comprometimento das funções respiratórias e motoras das pernas e braços, e utiliza cadeira de rodas motorizada desde os nove anos.

Após passar por uma cirurgia para corrigir a escoliose, em 2019, seu tronco não se sustenta mais em uma cadeira de rodas tradicional. "As adaptações da minha cadeira fazem com que eu mantenha a firmeza e não escorregue." Do contrário, ela necessita da ajuda de outras pessoas, inclusive para empurrá-la.

Sem a minha cadeira perco a autonomia, independência, meu direito de ir e vir

Esther Luz

publicitária e influenciadora digital

A passageira afirma que as solicitações e documentações necessárias para o atendimento específico foram enviadas com dois meses de antecedência para a Azul. Mesmo assim, encontrou resistência no atendimento. Em Lisboa, relata que permaneceu com a família por 40 minutos dentro do avião sem que a cadeira fosse trazida. "O funcionário da Azul perguntou se eu tinha certeza de que não andava e disse que eu estava atrasando a saída do próximo voo, um absurdo." Por fim, Luz teve que utilizar uma cadeira de rodas convencional até o local onde estava a dela, próximo da esteira de malas.

No retorno ao Brasil, no dia 24 do mês passado, ela afirma que, na escala em Campinas, no interior paulista, a cadeira também não foi levada para que pudesse sair da aeronave. Luz relata que, durante conversa após a aterrissagem do avião, o funcionário da Azul se dirigia apenas ao seu cunhado, único homem no grupo familiar que a acompanhava.

Ela diz que se sentiu desrespeitada pelo funcionário, que só falou com ela após insistir. "Ele me ignorava. Falei para ele que eu era responsável por mim e que deveria tratar o assunto comigo, mas ele só parou para me ouvir na quarta vez. Não estava pedindo nada mais que o meu direito." A publicitária disse que não sairia enquanto não trouxessem a cadeira, que chegou após cerca de 20 minutos.

Ao desembarcar no Rio, o cunhado da influenciadora percebeu que a cadeira estava sem a bateria. Após a família questionar, recebeu a bateria destruída. "Os fios estavam arrebentados e o cinto que prende a bateria na cadeira estava cortado."

A passageira notificou a Azul por escrito sobre o ocorrido ainda no aeroporto do Rio. A empresa ofereceu o voucher para viagens ou o conserto da cadeira. "Como iria viajar com a cadeira quebrada? Sem a bateria, tive que voltar para a casa com a cadeira sendo empurrada."

Procurada pela reportagem, a Azul diz lamentar os aborrecimentos causados e prezar principalmente pela segurança do consumidor. A empresa afirma ainda que enviou a cadeira para avaliação de uma assistência técnica autorizada no último dia 26 e, no dia 29, "em decisão conjunta com a cliente, a cadeira foi entregue reparada e funcional".

A passageira confirmou que, no último dia 26, a cadeira foi retirada para análise e foi informada que, por ser importada, a bateria nova chegará somente em outubro. "Fiquei 48 horas sem a cadeira para fazerem uma gambiarra, pois colocaram uma bateria provisória, que não é original e não deve durar até outubro."

Ela solicitou que a empresa aérea compre uma nova cadeira, mas ainda não recebeu um prazo ou uma notificação por escrito.

A empresa afirma seguir em tratativas com a cliente para solucionar o caso o mais breve possível.

A publicitária diz que entrará com ação na Justiça por danos morais.

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