Entenda o que muda nos planos de saúde com a sanção de lei por Bolsonaro

Texto obriga operadoras a arcar com procedimento ou tratamento que não esteja em lista da ANS

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou nesta quarta-feira (21) o projeto de lei que obriga os planos de saúde a arcar com tratamentos que não estejam na lista de referência básica da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), pondo fim ao chamado rol taxativo.

O projeto de lei foi aprovado no começo de agosto na Câmara dos Deputados em reação à decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que entendeu que as operadoras são obrigadas a custear apenas os 3.368 tratamentos que estão na lista da ANS.

O texto também foi aprovado pelo plenário do Senado. Ele obriga as operadoras de plano de saúde a cobrir procedimentos que estão fora da relação da agência, desde que sejam reconhecidos por outras agências ou que haja comprovação científica.

Protesto contra rol taxativo em frente ao STJ
Pais, responsáveis e usuários de planos de saúde fazem protesto em frente ao STJ, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

Entidades contrárias ao projeto argumentam que, com a medida, os planos de saúde terão mais custos e que a conta será repassada aos consumidores. Por outro lado, associações que representam pessoas com deficiência, autismo e doenças raras defendem o projeto.

Em agosto, a DPU (Defensoria Pública da União) afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o rol taxativo da cobertura dos planos de saúde viola preceitos fundamentais da Constituição e ameaça a vida de milhões de pessoas.

Entenda o que muda com a nova lei.

O que diz a nova lei?

O texto afirma que o tratamento ou procedimento prescrito por médico ou odontólogo que não esteja previstos no rol da ANS deverá ser autorizada pela operadora desde que:

  • exista comprovação da eficácia, à luz das ciências da saúde, baseada em evidências científicas e plano terapêutico;
  • ou exista recomendação pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde);
  • ou exista recomendação de, no mínimo, um órgão de avaliação de tecnologias em saúde que tenha renome internacional, desde que sejam aprovadas também para seus nacionais.

O texto altera a lei que trata de planos de saúde para determinar que as operadoras se sujeitem simultaneamente à regra e à lei de proteção do consumidor —hoje, só são submetidas à Lei de Planos.

O que é o rol exemplificativo da ANS?

Quando prevalece o entendimento de que o rol é exemplificativo, a lista da ANS serve apenas como uma "referência básica", que prevê os tratamentos que todas as operadoras são obrigadas a cobrir.

Assim, a cobertura pode ir além da lista e incluir outros procedimentos, desde que tenham sido prescritos por médicos e tenham justificativa e eficácia comprovadas.

O que é o rol taxativo?

O rol taxativo, por sua vez, restringe a cobertura das operadoras de planos de saúde aos procedimentos da lista da ANS, sem a possibilidade de incluir outros tratamentos.

Qual o rol que deve ser adotado?

O texto sancionado nesta quarta (31) fixou o entendimento de que o rol é exemplificativo.

A proposta foi uma reação a uma decisão do STJ, que em junho desobrigou as operadoras de custear procedimentos não incluídos na lista.

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