Descrição de chapéu Obituário Joselito Miranda (1953 - 2022)

Mortes: 'Cabeludo' era o rei do forró temperado

Joselito Miranda transitou pelo rock, MPB e cantou nos trios elétricos pelo grupo Novos Bárbaros até fazer sucesso com o forró

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Salvador

A cabeleira inconfundível anunciava a presença de Joselito Miranda em qualquer lugar, mesmo fora dos palcos que o alçaram à fama. Ficou popularmente mais conhecido como Zelito, "o cabeludo", também autodenominado como "o rei do forró temperado".

O filho caçula de dona Clarice com seu Miguel saiu da cidade de Serrinha, no sertão baiano (a 175 km de Salvador), em meados da década de 1970, para "fazer arte". Cursou teatro profissional por nove anos, ao mesmo tempo que estudava música.

Discípulo de Lindembergue Cardoso, da escola de música da Universidade Federal da Bahia, Zelito transitou pelo rock, MPB, cantou nos trios elétricos pelo grupo Novos Bárbaros, até vencer um concurso com a música "Nos olhos da onça", já embalado pelo ritmo do forró.

Joselito Miranda (1953-2022)
Joselito Miranda (1953-2022) - Arquivo pessoal

Após gravar o primeiro dos 12 discos, Zelito rodou o Brasil com sua "música popular nordestina", como ele gostava de chamar. A mistura de ritmos lhe rendeu o apelido de "rei do forró temperado". Também gravou um DVD com sucessos dos 40 anos de carreira.

No ano passado, Zelito chegou a ficar internado no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, com um quadro de pneumonia.

Nascido em 30 de agosto de 1953, o artista faleceu no último dia 12 em decorrência de complicações pulmonares, aos 68 anos.

"Meu pai era incrível. Sempre estava de bem com a vida. Sempre pronto para um longo dedo de prosa. Viveu toda sua vida com espírito jovem, muito à frente do seu tempo", homenageou a primogênita dos três filhos de Zelito, Clarice Miranda.

Depois de quase dois anos sem se apresentar ao público, por causa da pandemia, Zelito teve oportunidade de se despedir dos palcos durante os festejos de São João, no Pelourinho (Salvador), em uma das últimas apresentações com a presença dos fãs.

A morte de Zelito foi lamentada por autoridades como o governador da Bahia, Rui Costa (PT), o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UNIÃO), além de artistas como o cantor da banda Estakazero, Leo, o forrozeiro Del Feliz, e o diretor teatral Fernando Guerreiro.

Às vésperas de se tornar avô do primeiro neto, Ian, Zelito deixou a mulher, Telma, três filhos, Clarice, Luiza e Januibe, e as irmãs, Josefa, Luzia, Raquel e Ana. O artista foi sepultado no cemitério Bosque da Paz, na capital baiana.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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