Operação prende 2 por suspeita de venda de alvarás na subprefeitura da Lapa, em SP

Investigação do Ministério Público apura se funcionários do órgão receberam pagamentos indevidos para autorizar eventos

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São Paulo

O Ministério Público de São Paulo realizou nesta terça (23) uma operação contra um suposto esquema de venda de alvarás para eventos na subprefeitura da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Duas pessoas, um coordenador e uma assessora, foram presas temporariamente.

O coordenador detido é o engenheiro civil Rogerio Marin, 51. Ele foi encontrado em casa, no bairro da Penha, zona leste. O termo de audiência de custódia cita que há indícios do crime de associação criminosa.

O documento ainda aponta que a prisão temporária de cinco dias foi decretada por se mostrar imprescindível para as investigações.

A reportagem encaminhou um email para o advogado de Marin, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto. A tentativa de contato também foi feita por telefone, mas sem sucesso.

Durante a audiência de custódia, o engenheiro disse ter pressão alta e fazer uso de medicamentos. A juíza Thais Fortunato Bim solicitou que a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) forneça atendimento e acompanhamento médico a ele durante a prisão temporária.

A Folha não conseguiu obter o nome da segunda pessoa presa —o processo corre em segredo de Justiça.

Agentes do Gedec (Grupo de Atuação Especial de Repressão a Delitos Econômicos) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriram ainda quatro mandados de busca e apreensão.

Policiais civis cumprem mandados de prisão em operação que investiga corrupção na Subprefeitura da Lapa
Policiais civis cumprem mandados de prisão em operação que investiga corrupção na Subprefeitura da Lapa - Polícia Civil

Além da sede da subprefeitura, as buscas foram feitas em três residências no Tatuapé, na Penha e na Lapa, onde foram apreendidos mais de R$ 30 mil e US$ 12 mil (cerca de R$ 62 mil) em dinheiro.

Investigações da operação, chamada Vesúvio, indicaram a suposta exigência de vantagens indevidas para a expedição de alvarás de autorização para eventos na área abrangida pela repartição, sobretudo no bairro da Pompeia.

A Folha apurou que um dos alvos das buscas é a subprefeita da Lapa, Fernanda Maria de Lima Galdino. A reportagem não conseguiu contato com ela.

A denúncia foi feita pelo vereador Delegado Palumbo (MDB) no último mês de abril. Um mês depois, foi efetuada a prisão em flagrante e, posteriormente, exoneração de uma funcionária da subprefeitura que supostamente recebia pagamento de um comerciante.

Procurada, a subprefeitura da Lapa não se pronunciou até a publicação da reportagem.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que colabora com as investigações desde a prisão da funcionária, que foi "imediatamente exonerada da função de confiança".

"A Prefeitura reafirma o seu repúdio a qualquer tipo de irregularidade, lamenta que servidores de carreira se envolvam em atos ilícitos, reitera que a punição será exemplar dentro dos limites da legalidade e se mantém à disposição da polícia e das autoridades competentes", diz o texto divulgado por meio da Controladoria Geral do Município e da Secretaria Municipal das Subprefeituras.

As subprefeituras da cidade de São Paulo descentralizam as funções do Executivo paulistano, sendo descritas pela prefeitura como "pequenos municípios" dentro da capital. São, em princípio, uma forma de aproximar a população da gestão e atender as demandas locais.

São Paulo possui 32 subprefeituras, que administram os 96 distritos do município. A da Lapa atende ao distrito de mesmo nome, além das áreas da Barra Funda, Jaguara, Jaguaré, Perdizes e Vila Leopoldina.

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