Descrição de chapéu chuva

Temporal causa morte e estragos no RS; Canoas foi uma das cidades mais afetadas

Homem que ajudava em resgate em Porto Alegre caiu em córrego e foi arrastado; alerta de perigo continua no Paraná e em Mato Grosso do Sul

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Porto Alegre

Um temporal rápido e intenso deixou um rastro de destruição no Rio Grande do Sul na noite de segunda-feira (15). Em Porto Alegre, um homem de 45 anos que ajudava vizinhos a saírem de casa morreu ao cair em um arroio no bairro São José e ser levado pela enxurrada.

O corpo de Daner Hernandez Silva foi encontrado na manhã desta terça-feira próximo ao Anfiteatro Pôr do Sol, onde Arroio Dilúvio encontra o lago Guaíba. O local fica a mais de oito quilômetros de onde o homem havia desaparecido.

Foto do amanhecer chuvoso em uma rua com uma árvore derrubada em via pública. À direita, há dois contêineres de lixo derrubados.
Canoas (RS) teve árvores derrubadas e danos na rede elétrica após tempestade severa com vento de 120 km/h e granizo - Reprodução/ Twitter @OJoao_Martins84

Embora o temporal tenha durado cerca de dez minutos —em Porto Alegre e região metropolitana, por volta das 19h—, os estragos foram grandes. Houve queda de granizo nas regiões central, sul e norte da cidade. No aeroporto Salgado Filho, o vento chegou a 69 km/h. No estado, mais de 330 mil pessoas ficaram temporariamente sem energia.

Canoas, cidade vizinha a Porto Alegre, foi uma das mais afetadas, com danos principalmente nos bairros Guajuviras, Centro e Nossa Senhora das Graças. Na BR-116, entre a cidade e a capital, a queda de um poste interrompeu o trânsito em uma das pistas laterais. Também há registros de destelhamentos, falta de energia elétrica e árvores derrubadas.

Conforme a Polícia Rodoviária Federal, houve ainda árvores caídas e fios danificados na rodovia do Parque (BR-448), que interliga a região metropolitana de Porto Alegre, na BR-290, que liga Porto Alegre ao litoral norte, e na BR-386, que passa pela região dos vales.

Um dos locais em que mais houve danos foi Rio Pardo, cidade com 32,8 mil habitantes no Vale do Rio Pardo, onde cerca de metade das residências teve os telhados comprometidos pela chuva de granizo. Na manhã desta terça, a Defesa Civil realizou a distribuição de lonas aos moradores.

Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a chuva de granizo foi causada pela formação de uma cumulonimbus, nuvem que pode se formar do encontro brusco entre uma frente fria e um local onde há umidade combinada a temperaturas elevadas.

"A umidade sobe rapidamente para o topo da nuvem onde, em contato com temperaturas abaixo dos -50°C, se condensa rapidamente em pedaços de granizo. É um fenômeno muito rápido e muito perigoso, a ponto de aviões desviarem a rota quando enxergam esse tipo de formação pela frente", explica Mamedes Luiz Melo, meteorologista do Inmet.

Por ocorrer do contato brusco entre frentes frias e altas temperaturas, a nuvem cumulonimbus é apelidada pelos meteorologistas de "musa do verão", período do ano em que a formação é mais comum e perigosa. É a partir delas também que se formam os tornados.

Embora a Defesa Civil gaúcha tenha divulgado a ocorrência de rajadas de vento superiores a 120 km/h em Canoas, as estações monitoradas pelo Inmet registraram máximas de 90,7 km/h em Soledade e de 91,8 Km/h em São José dos Ausentes.

Conforme o Inmet, a medição depende de onde as estações estão localizadas, e podem variam especialmente em casos de temporais muito localizados, como os de quinta-feira. A máxima da região Sul, segundo o instituto, ocorreu em Caminho da Neve (SC), onde foram registradas rajadas de 121,7 km/h.

O Inmet segue com alerta meteorológico de perigo para tempestades na região noroeste do Paraná e na metade sul do Mato Grosso do Sul, para onde a frente fria se deslocou.

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