Descrição de chapéu Obituário Aline Martins (1986 - 2022)

Mortes: Contou a volta de Geraldo Vandré aos palcos

Jornalista Aline Martins era colaboradora da Folha na Paraíba

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Salvador

Na histórica volta de Geraldo Vandré aos palcos, em 2018, lá estava a jornalista Aline Martins, correspondente da Folha na Paraíba, para escrever sobre o momento tão esperado pelo público, que não via o artista se apresentar no Brasil havia 50 anos.

"O palco e os anos são outros, mas a emoção foi semelhante à de 1968, quando o cantor e compositor Geraldo Vandré se apresentou no Festival Internacional da Canção com a música ‘Para Não Dizer que Não Falei das Flores’", iniciou Martins, naquele 22 de março.

Martins era uma das seletas 600 pessoas no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa, terra natal do conterrâneo poeta, que havia se afastado dos holofotes pouco antes da edição do Ato Institucional nº 5 (AI-5), que resultou na posterior ida dele exílio, no Chile.

Aline Martins (1986-2022)
Aline Martins (1986-2022) - Aline Martins no Facebook

Martins graduou-se em comunicação social com habilitação em jornalismo em 2011 pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba). Sete anos depois, concluiu o curso de geografia pela mesma instituição e, na sequência, emendou a licenciatura.

Como jornalista, passou pelas redações do Jornal da Paraíba, do Correio da Paraíba e do portal ClickPB, antes de passar a colaborar na Folha a partir de 2014. Em 2021, passou a trabalhar como servidora concursada da rede municipal de educação de Cabedelo (PB).

"Minha irmã era muito estudiosa, foi bolsista em colégio de freira. Enfrentava as dificuldades sem dar uma de vítima", lembra a irmã mais velha Andreia Martins. "Ela sempre foi muito dedicada a tudo que se propunha fazer, sempre com muita competência."

No ano passado, continua a primogênita, Martins foi diagnosticada com um câncer de pulmão decorrente de um carcinoma nas costas, resultado de feridas que a acompanhavam desde os 3 anos, quando sofreu queimaduras domésticas de terceiro grau, mas que não cicatrizaram.

Com o passar do tempo, diz a irmã, apesar das frequentes limpezas, os ferimentos corroeram os tecidos moles nas costas da jornalista até evoluírem para tumores. Ela chegou a fazer tratamento para conter a metástase, mas faleceu no último dia 18, em João Pessoa.

"Nós estamos arrasados, porque havia esperança de que o tratamento desse resultado no quadro de saúde dela", disse a primogênita.

Companheiro de Martins durante seis anos, três deles casados, o também jornalista Zé Alves diz que estava nos planos do casal ter uma criança, passada essa fase do tratamento. Ambos se conheceram nos encontros casuais proporcionados pela profissão.

Alves lembra que a esposa era uma pessoa alegre, bem-humorada, que adorava frequentar shoppings, comer petiscos de carne com batata frita e, nas noites de sexta-feira, ir à festa chamada Assustado de Ruth Avelino para ouvir músicas dos anos 70.

"Tinha um amor imenso pelo jornalismo, muito zelo pela informação. Ficava excitada quando a Folha passava as demandas para ela", revela. "Era uma menina de espírito jovem, muito alegre, que vai fazer falta para a gente."

Martins foi sepultada aos 36 anos no cemitério Senhor da Boa Sentença, em João Pessoa. Além do marido, deixou a mãe, Vanda, as irmãs Andreia e Adriane, os sobrinhos Josué, Caio e Benício (afilhado), demais familiares e colegas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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