Descrição de chapéu Obituário José Neri Rosa (1954 - 2022)

Mortes: Zé Bim era o repórter do povo

Jornalista, José Neri Rosa levou seu estilo popular para a televisão

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Salvador

A braçadeira sobre o paletó era a marca inconfundível do jornalista baiano José Neri Rosa, mais conhecido como Zé Bim, o "repórter do povo", também autoproclamado "o capitão dos repórteres" — justamente por causa do adereço que adornava a roupa.

Nascido em 21 de março de 1954, em Castro Alves (a 192 km de Salvador), iniciou a carreira ainda adolescente, como anunciante dos circos que passavam pela cidade. Desenvolto com o microfone na mão, logo passou a trabalhar na chamada "rádio poste", no mesmo município.

"Ele costumava contar que, certa feita, meus avós, Edith e José, ficaram muito preocupados porque ele havia sumido", lembrou o caçula dos dois filhos de Zé Bim, o musicista Diego Neri, 38. "Ele havia perdido a hora atrás da trupe do circo", completou, aos risos.

José Neri Rosa (1954-2022)
José Neri Rosa (1954-2022) - Arquivo pessoal

Numa ida à capital baiana, para acompanhar o pai ao médico, em 1982, Zé Bim acabou ficando por Salvador, diz Neri. Chegou a passar noites na rua, embaixo de viadutos, enquanto o pai fazia tratamento, até conseguir um trabalho como office boy.

Acabou descoberto pelo radialista França Teixeira, considerado pela família como o padrinho profissional de Zé Bim. A partir de então, deslanchou como repórter em diversas rádios, inicialmente na cobertura de programas esportivos.

Depois, recebeu um convite do então dono da TV Itapoan, Pedro Irujo, para atuar na televisão, o que também lhe rendeu passagens nas emissoras Aratu e Band, em coberturas que tratavam dos dramas da população carente ao noticiário policial.

Em 2019, Zé Bim sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), mas, segundo o filho, não houve sequelas. Ele sofria de problemas cardíacos, motivos pelos quais tinha duas pontes de safena e três mamárias.

Em meados de agosto, foi internado por causa de um outro AVC, período em que contraiu Covid no hospital. "Ele saiu de lá muito bem, mais gordinho, com aparência boa, sem muletas", recordou Neri.

No início deste mês, no entanto, reclamou de um desconforto no peito, o que resultou em uma nova internação no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador. "Saiu de casa consciente, conversando, mas, infelizmente, teve um infarto e não resistiu", lamentou.

Zé Bim morreu no último dia 3, na unidade de saúde onde estava internado. Foi enterrado no dia seguinte no cemitério Jardim da Saudade. Deixou a viúva Vanilda, os filhos Pablo e Diego, os netos Gustavo e Sofia e os irmãos Nena, Edvandro, Eduardo, Jacira e Raimundo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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