Doleira Nelma Kodama retorna ao Brasil e ficará presa na Bahia

Delatora da Lava Jato chegou a Salvador nesta quinta (20) após ser presa em Portugal por suspeita de tráfico de drogas; ela nega a acusação

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Rio de Janeiro


A doleira Nelma Kodama, presa há seis meses em Portugal por suspeita de envolvimento com tráfico internacional de drogas, voltou para o Brasil nesta quinta-feira (20). Segundo o escritório de advogados Nelson Wilians, que representa Kodama, ela desembarcou no aeroporto internacional de Salvador por volta das 22h30 e passou a noite na sede da Polícia Federal do próprio aeroporto.

Conhecida por ter sido uma das primeiras delatoras da operação Lava Jato, ela foi presa em abril deste ano durante uma operação da polícia brasileira para desarticular uma suposta organização criminosa que atua no tráfico internacional de cocaína entre o Brasil e Portugal.

Nelma Kodama posa para foto vestida de vermelho
Doleira Nelma Kodama, que ficou conhecida por ser uma das primeiras delatoras da Lava Jato - Marlene Bergamo - 17.out.2019/Folhapress

De acordo com a defesa, na manhã desta sexta-feira (21) Kodama realizou um exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) e foi encaminhada ao Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.

No final de junho deste ano, o Tribunal da Relação de Lisboa autorizou que Kodama fosse extraditada para o Brasil. Segundo o advogado Santiago Andre Schunck, no entanto, "ela renunciou à continuidade do processo de defesa contra a extradição para colaborar com a Justiça brasileira e comprovar que não tem ligação com o tráfico internacional de drogas".

O ponto de partida da operação, batizada de Descobrimento, foi uma carga de 595 quilos de cocaína achada em um jato executivo que pousou no aeroporto de Salvador para abastecimento em fevereiro de 2021.

A carga de cocaína foi encontrada após inspeção na fuselagem do avião, que pertencia a uma empresa de táxi-aéreo portuguesa.

A partir da apreensão, informou a Polícia Federal, os investigadores conseguiram identificar a estrutura da suposta organização criminosa que inclui fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares, pilotos e doleiros.

Na época, a defesa de Nelma Kodama disse que sua cliente ficou surpresa com a prisão decorrente da operação. Afirmou ainda que "confia na Justiça e espera, em breve, ter acesso aos autos para entender a motivação da prisão da empresária, e se manifestar perante as autoridades competentes".

Além de dela, outras cinco pessoas foram presas no Brasil.

Ao todo, a Polícia Federal cumpriu sete mandados de prisão e 43 mandados de busca e apreensão na Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco.

As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador e pela Justiça portuguesa. A Justiça brasileira também decretou medidas de apreensão, sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias usadas pelos investigados.

A PF teve colaboração da DEA (agência norte-americana de combate às drogas), da Polícia Judiciária Portuguesa e do Ministério Público Federal.

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