Descrição de chapéu ciclismo

Trabalhadores da ciclofaixa de lazer reclamam de falta de pagamento em SP

Contratados para organizar fluxo na pista fizeram paralisação neste domingo na Paulista; prefeitura diz que notificou empresa

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São Paulo

A ciclofaixa de lazer da avenida Paulista, a principal da cidade de São Paulo, passou parte deste domingo (16) sem os trabalhadores que organizam o fluxo de bicicletas, transeuntes e carros, sinalizando aos ciclistas quando devem parar com bandeiras nos cruzamentos e faixas de pedestres.

Eles abandonaram os postos e promoveram uma manifestação ao longo da mais importante via da capital alegando atrasos nos pagamentos e condições precárias de trabalho. A Prefeitura de São Paulo diz ter notificado a empresa responsável.

Paralização de trabalhadores da principal ciclofaixa de SP, no eixo da avenida Paulista. Eles alegam falta de pagamento e de horário de almoço, além de receberem lanches estragados durante a jornada de 9 horas
Paralização de trabalhadores da principal ciclofaixa de SP, no eixo da avenida Paulista. Eles alegam falta de pagamento e de horário de almoço, além de receberem lanches estragados durante a jornada de 9 horas - Fernanda Mena/Folhapress

"Muita gente não está recebendo seu pagamento. Quem recebe, muitas vezes, recebe pela metade. E, quando recebe, a empresa ainda pede que a gente não avise os colegas que recebeu", afirma Natália Lopes do Carmo, uma das lideranças do movimento de reivindicação.

Segundo ela, de cerca de 700 pessoas convocadas pela prefeitura, "só umas 50 receberam" seus pagamentos. A ausência de trabalhadores nos cruzamentos mobilizou a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que passou a operar nos principais pontos, alertando ciclistas sobre a falta da sinalização habitual.

Os problemas começaram no final de agosto, quando um aplicativo de transporte individual retirou o patrocínio da ciclofaixa e desapareceram as estruturas que continham seu logotipo, como camisetas, guarda-sóis, bonés, bandeiras e outras sinalizações da ciclofaixa.

O serviço foi então assumido pela Agência Coranda TV e Publicidade Eirelli, cujo contrato firmado com a prefeitura vale até fevereiro de 2023. No domingo de estreia da empresa na organização da ciclofaixa, os trabalhadores dizem ter ficado sem os guarda-sóis durante domingo de sol forte na cidade.

"A gente assinou contrato mas não tem horário de almoço, mesmo trabalhando nove horas. E, nesse período, a gente recebe lanche estragado", diz Natália.

"Desde 2014 eu trabalho na ciclofaixa, e isso nunca aconteceu", completa Áurea Araújo, segurando um cartaz improvisado escrito "Coranda tem certeza da impunidade. Justiça".

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego, informou que a empresa Coranda é responsável pela operação e manutenção da ciclofaixa de lazer e que, "em razão de não ter realizado a montagem seguindo o acordado no Termo de Parceria, a empresa foi notificada sobre a rescisão do contrato e tem 10 dias úteis para se manifestar".

A prefeitura se referiu ao fato de a ciclofaixa não ter sido montada neste domingo devido à paralisação dos trabalhadores. A gestão Ricardo Nunes (MDB) não quis comentar a falta de pagamento alegada pelos manifestantes.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Coranda TV reconheceu a dívida e afirmou estar trabalhando para solucionar o problema.

"A empresa Coranda Publicidade realizou durante todo o dia de hoje o chamamento para o pagamento aos funcionários. Os colaboradores são registrados pela CLT, com contrato intermitente (ou seja, ganham por dia trabalhado) e as pendências estão sendo resolvidas caso a caso. A empresa se compromete a regularizar a totalidade dos pagamentos ainda nesta semana", disse, em nota à Folha.

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