Descrição de chapéu Obituário Carlos Alberto Rodrigues (1965 - 2022)

Mortes: Dedicou a vida à militância política

Preso durante o regime militar, Carlinhos se empenhou na construção de um país mais democrático

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São Paulo

O ativista Carlos Alberto Rodrigues lutou a vida toda por um mundo mais democrático.

Filho único, Carlinhos, como era conhecido, nasceu no dia 5 de maio de 1965, no Rio de Janeiro. Revoltado com o regime militar que se instalara no Brasil um ano antes de seu nascimento, iniciou cedo sua militância em partidos de esquerda.

Nos anos 1980, o PCdoB (Partido Comunista do Brasil) foi a primeira parada do ativista. Visto como um prodígio pelos companheiros, Carlinhos rapidamente ganhou espaço na articulação político-partidária. Já era um jovem intenso e com ótima oratória, qualidades que o acompanharam até o fim da vida.

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Ao centro, Carlos Alberto Rodrigues (1965-2022) durante reunião do movimento estudantil do Rio de Janeiro, em 1986 - Arquivo pessoal

Ainda nos anos 1980, foi preso sob acusação de liderar ataques à ordem pública. O baque serviu de combustível para o homem, que se dedicou ainda mais às bandeiras do partido, enquanto também participava de movimentos estudantis cariocas.

Na militância, conheceu Maria Aparecida Souza Cruz, com quem foi casado durante 15 anos. Ao fim do relacionamento, cultivaram uma amizade intensa.

"Carlinhos era um homem que sonhava com um mundo melhor para todos. Era amigo, companheiro, inteligente, polêmico, combativo, engraçado, extremamente solidário, figura múltipla, exemplo de coerência e luta por aqui em que acreditava", diz Maria.

Após a abertura política brasileira, Carlinhos continuou se engajando na política como membro do Diretório Estadual do PCdoB, cargo que ocupou até o fim dos anos 1990. Depois, foi servidor do Instituto Vital Brazil e Metalúrgico no Estaleiro Mauá, ambos em Niterói.

Em 2003, deixou o PCdoB para se filiar ao PT (Partido dos Trabalhadores). Fez parte do Conselho Municipal da Criança e Adolescente de Niterói e atuou nas subsecretarias da criança e adolescente e de segurança alimentar do município.

Atualmente era membro do gabinete da deputada estadual fluminense Verônica Lima (PT).

Carlinhos ainda teve tempo para trabalhar na campanha de Luís Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito no último dia 30 de outubro. Comemorou, com a mesma energia que o marcara ao entrar na militância, o que dizia ser a esperança de um futuro mais digno.

Carlos Alberto Rodrigues morreu, aos 57 anos, no último dia 9 de novembro, vítima de um ataque cardíaco. Ele deixa tios e primos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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