Descrição de chapéu Obituário Michelle Mibow (1982 - 2022)

Mortes: Amada e aplaudida, foi estrela do Carnaval paulista

Michelle Mibow brilhou em Santos e ajudou a formar futuras rainhas

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São Paulo

Em 2020, Carlos Alberto dos Santos, 67, e sua esposa, Maria Augusta dos Santos, 60, preparavam-se para um momento com protocolos rigorosos, mas de grande alegria. Beto e Maria, o casal magistral, como são conhecidos em Santos, seriam os padrinhos de Michelle Mibow para sua consagração como Lady do Samba na cidade.

Concedido naquele ano pela escola Unidos dos Morros, o título era mais uma das honrarias conquistadas pela passista Michelle da Costa Chaga —conhecida pelo sobrenome Mibow e pela alegria.

Em foto colorida, mulher de vestido azul posa para fotos
Michelle Mibow (1982-2022) - Reprodução/Instagram

"Vimos bem pequena, quando ela debutava nas agremiações, conhecemos quando ela tinha entre 18 e 20 anos", diz Beto, que trabalhou no porto de Santos com o pai da dançarina.

"Sempre muito requisitada para fazer shows pelo país, fora dele, participou de [programas de] Regina Casé, Gugu, Luciano Huck, era muito ativa no mundo do samba", conta o magistral.

A relação de Michelle com a dança começou por volta dos seis anos, com o balé. Mas os anos de estudo da dança clássica deram lugar à paixão por outros tipos de dança, como o jazz. O sonho era ser uma profissional.

O encontro com os desfiles de samba foi rápido, antes dos dez anos de idade, pela X-9 e a União Imperial. Mais tarde, ela migrou para a Unidos dos Morros, onde foi rainha e madrinha da bateria Chapa Quente.

Em 2007, foi coroada rainha do Carnaval de Santos. Foi durante a candidatura que Renato Junior, hoje Lord Juventude da folia santista, conheceu a passista.

A amizade se consolidou nos anos seguintes, quando Michelle tornou-se rainha de bateria da Unidos dos Morros.

"Era uma irmã", diz Renato. "Era coreógrafa, bailarina, era uma figura marcante no Carnaval santista. No Rio, as pessoas esperam a Viviane Araújo passar na frente da bateria do Salgueiro. Aqui as pessoas esperavam a Michelle passar. Era sempre muito aplaudida", afirma.

Michelle também foi princesa da escola de samba Vila Maria e musa da Águia de Ouro, e se dedicava a formar as próximas gerações de rainhas e madrinhas de bateria.

"Ela era o motivo do meu sorriso", diz o noivo, Sergio Vieira. "Um ensinamento dela era: não saia de casa sem demonstrar sempre seu amor e seu carinho pela pessoa amada, pois pode não ter a oportunidade depois."

Michelle morreu em 7 de novembro, aos 40 anos, vítima de um infarto. Deixa o noivo e um legado para a comunidade do samba.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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