Helicópteros particulares ajudam a levar comida a São Sebastião, diz ONG que virou posto de comando

Aeronaves também levam turistas que estão atrapalhando a operação de resgate no litoral paulista

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São Sebastião (SP) e São Paulo

Oito helicópteros particulares pousam (e decolam) o tempo todo no heliponto do Camburi. Trazem mantimentos ao local mais próximo em que é possível chegar via terra na Vila Sahy, onde há o maior número de vítimas dos deslizamentos em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.

Carros de veranistas e empresários locais ajudam a buscar os produtos. A operação montada por voluntários era, até a manhã desta terça (21), a alternativa possível para abastecer o local.

"Os helicópteros do Exército trazem equipamentos, homens e levam corpos, não trazem comida", afirma Fernanda Carboneli, advogada da ONG Instituto Verdescola, que tem servido como ponto de apoio.

Região da Barra do Sahy, em São Sebastião, a mais afetada pelo temporal - Nelson Almeida/AFP

Diante das circunstâncias, ela mesma acabou se tornando chefe de uma operação de guerra.

"Os turistas que estão saindo de helicóptero estavam atrapalhando aqui, consumindo recursos que são escassos", disse Fernanda sobre a decisão de embarcar pessoas nos helicópteros que voltariam vazios após deixarem mantimentos no local.

O heliponto citado pertence ao empresário Abílio Diniz. Destino de paulistas endinheirados, a Barra do Sahy, praia mais próxima da vila atingida, estava cheia de turistas para o Carnaval. E muitos decidiram ficar após o temporal, para tentar contribuir de alguma forma com as operações de socorro e resgate.

"Eu 'limpei' minha casa, não tem mais nem toalha. Tirei duas geladeiras de lá", disse um dos voluntários.

O Instituto VerdeEscola improvisou também um heliponto em um campo de futebol, mas apenas os seis helicópteros do Exército e da Polícia Militar estão autorizados a pousar ali.

Desde domingo (19), cerca de 1.500 pessoas já receberam alguns tipo de atendimento no Verdescola. Muitos pedem comida. Nos mercados do bairro, prateleiras estão vazias, e os preços do que sobrou estão muito altos, reclamam os moradores.

Cerca de 80 pessoas estão abrigadas no local, e oito médicos fazem atendimento.

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