Descrição de chapéu Obituário José Eduardo Borges de Carvalho (1949 - 2023)

Mortes: Agrônomo e pesquisador, foi mestre em lidar com pessoas

Comprometido e dedicado ao trabalho, José Eduardo Borges de Carvalho tinha espírito de liderança

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São Paulo

O engenheiro agrônomo José Eduardo Borges de Carvalho construiu uma trajetória profissional brilhante. E sempre foi humilde e acessível a qualquer pessoa.

Na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA), o pesquisador era conhecido pelo espírito de liderança e pela capacidade de entender as diferenças e dificuldades do ser humano.

Cláudio Luiz Leone Azevedo, 51, pesquisador em sistemas de produção de citros da Embrapa Mandioca e Fruticultura, amigo há cerca de 30 anos, o conheceu quando cursava agronomia.

José Eduardo Borges de Carvalho (1949-2023)
José Eduardo Borges de Carvalho (1949-2023) - Léa Cunha/Embrapa

"Os alunos buscavam estágios na Embrapa. Disseram que um pesquisador lá gostava de aceitar estagiários. Era ele, em 1990. Prometeu a mim uma vaga, mas não naquele momento. Entrei em meados de 1992", conta.

"Não havia distância entre ele e os alunos. O Zé Eduardo sempre mostrou capacidade de liderança. Ele se preocupava com a formação das pessoas e que pudessem sair dali preparadas para o futuro. Era a marca dele. Tinha a habilidade de dividir tarefas na equipe, de acordo com o perfil de cada um. Para ele, um ser humano bem encaminhado poderia ser melhor", relata.

José Eduardo era graduado em agronomia pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), mestre em fitotecnia e doutor em agronomia —solos e nutrição de plantas— pela USP (Universidade de São Paulo).

Na Embrapa Mandioca e Fruticultura desde 1987, José Eduardo dedicou boa parte da vida profissional a pesquisas que envolveram manejo e conservação do solo, além das culturas de citros, mamão e mandioca.

Segundo a empresa, nos últimos anos, o pesquisador liderou projetos no Amazonas. Lá desenvolveu, por exemplo, pesquisa para o desenvolvimento sustentável da citricultura, com parceiros locais e uso de boas práticas agrícolas.

Durante a 16ª edição da Coopershow, em janeiro deste ano, o pesquisador foi homenageado pelos serviços prestados à mandiocultura, principalmente quanto ao manejo de coberturas vegetais, plantas infestantes e adubos verdes. Entusiasmado, otimista e irrequieto, principalmente na busca pelo aperfeiçoamento, era ético, comprometido e dedicado ao trabalho.

"Você consegue evoluir sempre, ele dizia. Era um incentivo na busca pelos sonhos. Ele era um tiozão, um pai. Nunca o vi alterar a voz com ninguém, nem ser autoritário. Tratava todos bem. Tenho gratidão pelo crédito que ele deu a mim e às pessoas", finaliza Cláudio, que também teve o amigo como orientador no mestrado.

José Eduardo Borges de Carvalho morreu dia 13 de fevereiro, aos 73 anos. A causa da morte não foi informada. Deixou a mulher, dois filhos e uma neta, além de um legado humano, científico e profissional.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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