Chuva forma cachoeira e alaga albergue entregue há três meses pela Prefeitura de SP

OUTRO LADO: Gestão Ricardo Nunes afirma que realiza reparos; sobre inundação em outro abrigo, secretaria diz que usuários abriram janelas

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São Paulo

O temporal que atingiu a cidade de São Paulo na tarde de segunda-feira (13) afetou a estrutura de dois albergues da prefeitura para pessoas em situação de rua, um deles localizado no Catumbi e outro na Água Rasa, ambos na zona leste da capital.

A grande quantidade de água que vazou pelo teto e pelos canos do Centro de Acolhida para Adultos Cidade Refúgio I, na rua Marcos Arruda, transformou o local em uma cachoeira, como mostra um vídeo obtido pela reportagem. Diante do problema na estrutura, vários pontos do abrigo foram alagados.

Imagem mostra parte do teto que teria cedido com o peso da água
Imagem mostra parte do teto que teria cedido com o peso da água no CTA Água Rasa, na zona leste de São Paulo - Leitor

O albergue Cidade Refúgio I foi inaugurado em dezembro passado, com a presença do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Jr.

O local, que possui 130 vagas, segundo a prefeitura, deve ser uma das unidades a receber usuários do CTA (Centro Temporário de Acolhimento) Água Rasa, que está na iminência de ser desativado.

"A gente está fazendo um trabalho verdadeiro de acolhimento, com espaço para a pessoa poder dormir, comer, viver, com boa alimentação e de uma forma muito humanizada", disse Ricardo Nunes ao inaugurar o centro, de acordo com publicação no portal da prefeitura.


Vídeo: Cachoeira se forma em centro de acolhida na Prefeitura de SP


Conforme a gestão municipal, a equipe de manutenção foi acionada e está fazendo os reparos necessários no equipamento.

No texto publicado pela prefeitura na época da inauguração, há a informação de um repasse público mensal para a Organização da Sociedade Civil Centro de Capacitação para Vida Projeto Neemias no valor de R$ 326,7 mil. O valor deve ser utilizado para manutenção e operacionalização do serviço.

A cerca de sete quilômetros dali, o CTA Água Rasa, sofreu novos danos além dos reportados pela Folha em publicação na segunda-feira (13), como banheiros entupidos, ausência de chuveiro e infestação de percevejos.

O peso da água da chuva fez com que parte do teto cedesse, conforme relato de um dos albergados. Dormitórios ficaram alagados, com colchões e camas molhadas.

Fotos mostram vários baldes para conter as goteiras. Um homem que mora no centro disse que os conviventes dormiram com roupas de cama sujas ou molhadas, além de ficarem no escuro, devido à queda de energia.

Dormitórios ficaram alagados após temporal
Dormitórios ficaram alagados após temporal, segundo residentes do CTA Água Rasa - Leitor

Em nota, a Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) disse que o piso inferior do CTA Água Rasa está desativado há três meses.

A gestão Ricardo Nunes culpou os próprios albergados pelas camas molhadas. "No momento da chuva, os usuários abriram as janelas dos quartos e, por isso, algumas camas ficaram molhadas". A prefeitura ainda negou ter havido desabamento de parte do teto.

Ainda segundo a pasta, dentro de quatro dias, o último grupo de acolhidos que ainda está no CTA será encaminhado para o Centro de Acolhida Cidade Refúgio III.

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