Escola de ataque tem poucos alunos e apenas 15 professores

Unidade da zona oeste de São Paulo atende estudantes em tempo integral

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São Paulo

A escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, onde um estudante matou na manhã desta segunda (27) uma professora a facadas, atende poucos alunos e tem uma equipe de profissionais também pequena.

Segundo dados do Censo Escolar, a unidade tem apenas cerca de 280 estudantes matriculados do 6º ao 9º anos do ensino fundamental e conta com 15 professores.

A escola foi recentemente transformada em unidade de tempo integral. Ela foi incluída no PEI (Programa de Ensino Integral) em 2021. Antes disso, a unidade tinha quase o dobro de alunos, com 430 matrículas.

Aluno mata professora a facadas na escola estadual Thomazia Montoro, na zona Oeste
Aluno mata professora a facadas na escola estadual Thomazia Montoro, na zona Oeste - Rubens Cavallari/Folhapress

Segundo dados do censo, apesar de registrar baixo desempenho educacional, a escola tem notas acima da média da capital paulista. A última avaliação do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) aponta que 44% dos estudantes da Thomazia Montoro terminam o 9º ano com aprendizado adequado em português. Em matemática, 30% alcançam o considerado adequado para o fim da etapa.

Segundo relato de estudantes e pai, episódios de violência são comuns na escola.

Um aluno disse à Folha que testemunhou na semana passada uma briga entre o adolescente agressor e outro estudante, que foram separados pela professora que sofreu os primeiros golpes nesta segunda.

Em nota, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) lamentou o ataque e afirmou que há anos cobra medidas do governo do estado para a redução da violência no ambiente escolar.

"Mais um caso lamentável e chocante de violência em escola estadual expõe o descaso e o abandono do Estado em relação às unidades da rede estadual de ensino de São Paulo", diz trecho da nota assinada pela presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, conhecida como professora Bebel.

"Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e a busca de soluções."

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