Descrição de chapéu Obituário Oswaldo Riberi (1948 - 2023)

Mortes: Leitor e cozinheiro, preservou o jornal em papel e as panelas de barro

Oswaldo Riberi gostava de preparar pratos com camarão e da culinária caipira

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São Paulo

Durante anos, o paulistano Oswaldo Riberi seguiu o mesmo ritual: caminhar no parque da Água Branca (zona oeste), comprar o jornal na banca de um amigo, pegar o pão e preparar um café em casa.

Leitor assíduo da Folha, Oswaldo fazia questão de ter o jornal físico, tocar o papel e preservar esses costumes.

O imediatismo do rádio também roubava-lhe parte da atenção. Gostava de ouvir o noticiário da rádio Bandeirantes.

Oswaldo Riberi (1948-2023)
Oswaldo Riberi (1948-2023) - Arquivo pessoal

A leitura de livros e o interesse por história do Brasil completavam as características do homem culto que mostrava ser. Nas viagens, por exemplo, tinha o hábito de ler sobre a história e mergulhar ao máximo no lugar que estava visitando.

Filho de imigrantes italianos, Oswaldo teve infância pobre e, por isso, não conseguiu investir em um curso superior. Cursou até o que, na época, chamava-se segundo grau (atualmente denominado ensino médio).

Sua vida profissional teve início no comércio, com atuação destacada. Segundo seu único filho, Flávio Riberi, 40, professor universitário, ele colaborou para impulsionar o mercado de rolamentos na área industrial, na década de 1960.

Oswaldo trabalhou em grandes empresas e também teve o próprio negócio, no setor de rolamentos. Com a prática, desenvolveu conhecimentos em engenharia sem nunca ter feito faculdade.

Conforme progrediu, fez questão de gerar oportunidades. Como chefe, investiu nos funcionários que mostraram garra no trabalho e interesse em adquirir conhecimento. Justo e generoso, ajudou na carreira de muitas pessoas.

No dia a dia, apesar do bom humor, Oswaldo era visto como um homem que levava a vida com seriedade. Ética, calma e equilíbrio eram marcas de sua personalidade.

Como pai, foi para Flávio um conselheiro, um amigo e o protagonista da sua formação.

Longe das obrigações profissionais, Oswaldo exibia talento para a gastronomia. Era um expert na culinária caipira e nos pratos com camarão. Em sua casa em Caraguatatuba (a 173 km de São Paulo), guardava um conjunto de panelas de barro. Lá viveu parte dos momentos finais.

Em 2023, Oswaldo e Maria do Socorro, 72, iriam completar 50 anos de casados. Ele morreu dia 3 de março, aos 74 anos, por complicações de um câncer. Deixou a mulher e o filho.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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