Descrição de chapéu Obituário Cristina Zappa (1956 - 2023)

Mortes: Deixou aos filhos coragem e um olhar poético para a vida

Cristina Zappa foi fotógrafa do jornal O Globo e dedicou-se à arte de cuidar

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São Paulo

Cuidado é a palavra que melhor define a fotógrafa Cristina Zappa.

"Ela cuidou dos pais, dos irmãos, dos filhos, dos amigos...Era resiliente e superprotetora. Batalhou para cuidar dos três filhos. Resolvia todos os problemas", afirma a professora e consultora literária Isabella Zappa, 40, uma das filhas.

Natural de Vassouras, no Rio de Janeiro, Cristina era a caçula de três filhos de um embaixador com uma dona de casa.

Cristina Zappa (1956-2023)
Cristina Zappa (1956-2023) - Arquivo pessoal

Devido à profissão do pai, morou em Brasília e em vários países. Mesmo ausente durante algumas temporadas, não perdeu as brincadeiras da infância e conseguiu desfrutar da companhia dos primos no sítio dos avós, em Piraí, no Rio.

Formada em letras na PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio, nunca exerceu a profissão. Cristina se enveredou pelo mundo da fotografia.

"Ela tinha um olhar muito sensível para as coisas, um olhar estético apurado. Era muito ligada à memória. Pensava nos acervos das pessoas, das famílias, do Rio...", diz a filha.

O primeiro emprego de Cristina foi em 1982, no jornal O Globo. Assim que engravidou, saiu para viver a arte de ser mãe. Cristina seguiu na fotografia como freelancer durante muitos anos. A sua última passagem foi pelo Instituto Moreira Salles, onde ficou por 18 anos. Atualmente, estava aposentada.

Cristina também mostrou resiliência, além de coragem, durante os dois anos em que teve leucemia. Enfrentou dois transplantes de medula e sessões de quimioterapia, além de outros tratamentos.

"Ela lutou com muita dignidade. Deixou um legado de força, coragem e amor à vida", relata Isabella.

O olhar poético que Cristina tinha para a vida fez diferença na vida dos filhos. Ela os aproximou da arte e da cultura, e os levava a museus, exposições, ao teatro. Os três estudaram em uma escola que valorizava a cultura.

Cristina morreu dia 13 de março, aos 66 anos, em decorrência da leucemia. Ela teve um companheiro por mais de 40 anos. Mesmo após a separação os dois mantiveram a relação de amizade ao longo da vida. Solteira, deixa três filhos, um genro e uma nora, e muitos cães, que considerava como os "netos de quatro patas".

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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