Descrição de chapéu Obituário Celso Franca (1956 - 2023)

Mortes: Sociólogo, apaixonou-se por Petrolina

O baiano Celso Franca, acadêmico de destaque, chegou ao município do interior pernambucano em 1999 e nunca mais quis deixá-lo

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São Paulo

Deixar sua marca na história de um local já é tarefa árdua, mas o sociólogo baiano Celso Franca fez isso em três. Ele foi docente de destaque na Universidade do Estado da Bahia, na Universidade de Pernambuco e na Faculdade de Petrolina, no mesmo estado.

Falando em Petrolina, Celso, nascido na cidade de Salvador (BA) em 1956, dizia ter entregado seu coração à cidade pernambucana assim que pisou nela pela primeira vez, em uma manhã de fevereiro, em 1999.

Em princípio, a ideia não era estabelecer residência na cidade. Lecionaria durante algum tempo e partiria dali para novas aventuras nordeste afora. Não deu. Rapidamente constituiu vínculos profundos com o município e seus habitantes.

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Celso Franca (1956-2023) - Arquivo pessoal

Por mais de duas décadas, Celso foi um dos pensadores de maior influência em Petrolina, ainda mais quando o tema era meio ambiente. Eloquente, pregava a união do povo contra o que chamada de tirania ambiental e o levante de uma economia verde que, segundo ele, levaria à prosperidade social.

Seus ensinamentos não ficaram só no meio acadêmico. Ele era figura recorrente como comentarista político em programas televisivos da região do Vale do São Francisco. Com análises contundentes e súplicas por melhores serviços públicos, ganhou a simpatia geral.

Celso foi também exímio produtor de textos. Publicava periodicamente artigos em sites de conteúdo acadêmico de relevância nacional.

Para seus alunos, foi um professor exemplar. Toda a aula era uma viagem na história social do Brasil. Toda história os levava para aquela sala de aula, em que cada um podia se enxergar na realidade do outro e trabalhar a empatia. Essa era a principal lição do professor.

Celso Franca morreu no último dia 22 de fevereiro, aos 67 anos. Ele estava em Recife, onde fazia tratamento de um câncer no fígado e havia meses aguardava por um transplante. O sociólogo deixa a esposa, Solange, e cinco filhos.

"Que seu estado de espírito jovem e feliz, histórias, aventuras e desventuras passem para as próximas gerações e que nos inspirem a sermos gratos e melhores", diz seu sobrinho, Ricardo Franca.

A Faculdade de Petrolina lamentou profundamente a morte de seu docente. "Perdemos um grande amigo, colega de ensino na instituição e companheiro de lutas em prol da boa educação. Competente, inquieto e lutador", declara Márcio Araújo, professor na universidade pernambucana.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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