Descrição de chapéu transporte público

Queda de concreto e estouro de pneu: o histórico de falhas da linha 15-prata de SP

Ministério Público tem inquérito aberto para investigar os frequentes problemas no monotrilho, que é de responsabilidade do Metrô

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São Paulo

A linha 15-prata do monotrilho de São Paulo, sob responsabilidade do Metrô, tem sofrido diversos problemas na operação e acidentes. O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça e Patrimônio Público, tem um inquérito em andamento para apurar os casos.

Na manhã desta quarta (8), a colisão frontal de dois trens na altura da estação Sapopemba paralisou a circulação da linha, causando transtorno em todo sistema de transporte da região leste da cidade.

Batilha entre trens paralisa monotrilho em SP - Aline Mazzo/Folhapress

Falhas no sistema de controle paralisaram a linha 15-prata do monotrilho duas vezes em 20 de janeiro.

Os trens circularam com velocidade reduzida desde as 6h e depois paralisaram de vez às 10h55. Só voltaram a circular às 16h19, cerca de cinco horas e meia depois. Porém, no mesmo dia, o Metrô informou que teve de interromper a circulação novamente às 19h49 por causa de mais uma pane nos sistemas de controle.

O problema afetou a rotina de milhares de passageiros que não conseguiram chegar aos seus destinos no horário previsto.

Buraco em viga da linha 15-prata do monotrilho, após queda de um bloco de concreto sobre a ciclovia que fica embaixo, na avenida Luiz Inácio de Anhaia Melo - Reprodução - 26.set.2022/Diário do Transporte

Segundo o Metrô, uma falha em um equipamento provocou os problemas, mas a companhia não explicou que equipamento é esse nem sua função.

Na semana anterior, no dia 11, um deslocamento de concreto causou atrasos na operação dos trens da mesma linha ainda durante a madrugada. Segundo o Metrô, a falha foi detectada durante uma inspeção após o horário de pico matutino.

A linha só foi totalmente normalizada por volta das 16h15, segundo o Metrô, com a correção do deslocamento de concreto e a realização de testes.

Durante aquele dia, não houve viagens entre as estações Vila Prudente e Vila União, e 30 ônibus da operação Paese (acionada quando há falha nos trens e metrôs) foram usados.

Já em setembro de 2022, um bloco de concreto caiu de uma altura de 15 metros sobre uma ciclovia na avenida Luiz Inácio Anhaia Mello, na zona leste da capital.

Em 2020, o estouro de um pneu lançou uma placa de metal que caiu na avenida Sapopemba e paralisou a linha durante cerca de cem dias.

Acidente no monotrilho leva caos no transporte na manhã desta quarta-feira (8), em São Paulo - Aline Mazzo/Folhapress

Em janeiro de 2019, dois trens se chocaram na estação Jardim Planalto. Um dia depois, um equipamento chamado terceiro trilho se soltou e ficou pendurado a 15 metros do solo. Depois, o muro de uma das novas estações desabou sobre a escada que dá acesso à plataforma.

Em janeiro, o promotor Sílvio Marques, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público do Ministério Público de São Paulo, responsável pelo inquérito que apura os problemas na linha, enviou ofício ao Metrô pedindo informações sobre o descolamento de concreto, as medidas tomadas quanto ao caso e os recorrentes problemas da linha.

O Ministério Público também questionou se haverá necessidade de paralisação da linha por causa dos incidentes.

Em 2021, relatório técnico feito pelo Núcleo de Engenharia do Caex (Centro de Apoio Operacional à Execução), do Ministério Público, apontou que o que causou o estouro dos pneus de uma composição do monotrilho da linha 15-prata, em fevereiro de 2020, foram problemas de projeto e execução da linha, assim como, problemas de projeto, fabricação e montagem dos trens.

Nova pane

Nesta quarta (8), uma colisão entre dois trens paralisa desde o início do dia as operações da linha 15-prata do monotrilho de São Paulo.

Segundo informações do Metrô, não há feridos. O acidente aconteceu por volta das 4h30, durante o posicionamento dos trens ao longo da linha 15.

A informação oficial do Metrô é que as duas composições se chocaram entre as estações Sapopemba e Jardim Planalto.

Uma investigação já foi iniciada para saber o motivo do acidente.

Segundo Antônio Barros, gerente de operações do Metrô, a colisão frontal ocorreu no momento em que o carrossel de trens era preparado para distribuir os trens na via, antes do início da operação.

Técnicos da companhia trabalham para identificar a causa da colisão e como farão para retirar as composições e retomar a circulação de trens. Não há previsão de normalização do sistema.

Além da perícia nos trens, serão avaliadas as mensagens de rádio dos condutores para tentar identificar o que pode ter causado a batida, diz Barros.

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