Chorei de alívio, diz mulher que acusa Thiago Brennand de estupro

Empresário foi preso nos Emirados Árabes; ele foi denunciado por oito crimes e tem cinco pedidos de prisão preventiva

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São Paulo

A estudante de medicina Stefanie Cohen afirma ter chorado ao ser informada que Thiago Brennand foi preso nesta segunda-feira (17) nos Emirados Árabes. Ela acusa o empresário de tê-la estuprado.

"Sabia que a Justiça seria feita, mas não imaginava que seria hoje. Esse tempo todo eu não estava chorando, estava forte, pensando em todas as vítimas. Hoje, foi choro de alívio. Valeu a pena ter mostrado meu rosto", diz Cohen, que também trabalha como miss.

Foto do empresário Thiago Brennand sem camisa, deitando em uma bancada
Thiago Brennand, acusado de agredir a modelo Alliny Helena Gomes em academia de luxo no shopping Iguatemi, em São Paulo, usava redes sociais para publicar fotos de viagens e momentos de diversão - thiagobrennandfv/Instagram

Para ela, o empresário demonstrava achar que nunca seria detido. "Foi preso e agora vem para o Brasil cumprir isso. Tenho certeza que novas vítimas vão aparecer com ele preso. Eu não poderia estar mais aliviada com esse desfecho", diz.

Brennand teve cinco prisões preventivas decretadas pela Justiça brasileira —uma delas, de 6 de março, é exatamente do caso denunciado por Cohen.

O empresário ficou conhecido após agredir, em agosto de 2022, a modelo Alliny Helena Gomes, 37, durante discussão em uma academia de ginástica na zona oeste de São Paulo. Após o caso, ao menos 15 mulheres o acusaram de crimes sexuais, entre elas, a estudante de medicina.

À Folha, Cohen disse que conheceu Brennand em outubro de 2021, quando ele a levou para jantar e, no fim, pediu duas caipirinhas. A estudante relatou que, após beber, começou a passar mal e ficar desorientada.

Ao acordar no dia seguinte, estava com dores em um local que não sabia onde era. Por isso, disse acreditar ter sido dopada e estuprada por ele.

O empresário teria dito ainda que eles iriam para sua casa no condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, no interior de São Paulo. Por isso, mandou o segurança levá-la de volta para casa para fazer uma mala.

Ao chegar em sua residência, ela afirmou ter avisado o segurança que tinha um compromisso e que voltaria para a casa de Brennand só mais tarde. Depois disso, entrou em casa e contou à mãe o que tinha acontecido.

Cohen afirmou que estava disposta a denunciá-lo, mas mudou de ideia depois que Brennand mandou um vídeo dos dois na noite anterior —ela disse que não autorizou que ele gravasse as imagens. "Na hora, aquilo me calou. Foi um misto de ódio com vergonha."

Para a estudante, o vídeo foi uma forma de intimidá-la. Quatro dias depois, ela procurou a ginecologista Roberta Grabert. Em um laudo escrito em 2022, a médica declarou que Cohen relatou ter sofrido abuso, mas que não quis procurar a polícia, pois estava sendo ameaçada por Brennand.

Em vídeos postados nas redes sociais, o empresário sempre negou todas as acusações. Em um deles, publicado no início do mês, ele afirmou que pretendia voltar ao Brasil e que devia desculpas a ex-advogados e a autoridades a quem ofendeu, mas que achava que seria preso "injustamente" no país.

No início de abril, o atual advogado do empresário, Eduardo Leite, chegou a pedir à Justiça a revogação dos pedidos prisões e a retirada de seu nome da lista de foragido da Interpol. Ao menos um deles foi negado pela Justiça.

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