Thiago Brennand pretende voltar ao Brasil nesta semana, diz defesa

Em petição, advogado pede a revogação de prisão preventiva e a exclusão do nome da lista da Interpol

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São Paulo

A defesa de Thiago Brennand afirmou em uma petição protocolada nesta segunda-feira (3) que o seu cliente pretende retornar ao Brasil nesta sexta-feira (7).

Segundo o documento, assinado pelo advogado Eduardo Cesar Leite, Brennand, que está nos Emirados Árabes Unidos desde setembro de 2022, tem o desejo de voltar ao país e se apresentar às autoridades da Polícia Federal, se comprometendo a comparecer de "imediato em juízo para entrega de seu passaporte".

"Objetivando cumprir os trâmites processuais, o acusado manifesta o interesse em retornar ao Brasil, na próxima quinta-feira (6 de abril de 2023), chegando no dia 7 de abril", diz o documento, que encerra dizendo que o acusado se colocará "à disposição da Justiça".

O envio da petição foi confirmado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. No documento, o advogado requer a revogação da prisão preventiva e a exclusão do nome de Brennand da difusão vermelha da Interpol.

O TJ-SP afirma que o pedido está sob análise. Já o Ministério Público diz que se manifestará no prazo legal sobre os pedidos defensivos.

Thiago Brennand se pronuncia sobre acusações em vídeos publicados no YouTube - YouTube/Reprodução

Segundo fontes ligadas ao processo, é improvável que o pedido de revogação das prisões e a retirada do nome dele da lista de procurados internacionais seja acatado. Além disso, a expectativa é que, ao desembarcar no Brasil, ele já seja preso.

O empresário é acusado de crimes sexuais e já foi denunciado seis vezes pelo Ministério Público de São Paulo e tem quatro prisões preventivas decretadas. Em vídeos postados nas redes sociais, ele sempre negou todas as acusações. Procurado, o advogado não se manifestou até a publicação da reportagem.

Brennand ficou conhecido após agredir, em agosto de 2022, a modelo Alliny Helena Gomes, 37, durante discussão em uma academia de ginástica na zona oeste de São Paulo.

Anteriormente, a defesa que o representou no caso da agressão afirmou que ele compareceu espontaneamente para prestar esclarecimentos às autoridades e disse que os vídeos mostram que as agressões verbais foram iniciadas por Helena Gomes.

Ele já teve a prisão decretada por lesão corporal e corrupção de menores —segundo a Promotoria, teria incentivado o filho adolescente a ofender a modelo. Horas antes de o Ministério Público apresentar a denúncia, porém, ele viajou para os Emirados Árabes Unidos.

Por isso, foi considerado foragido e teve seu nome incluído na lista da Interpol. Assim, acabou detido em Abu Dhabi em outubro —ele pagou a fiança e responde o processo de extradição em liberdade.

Brennand trocou diversas vezes de advogados desde as primeiras denúncias. No início, foi representado pelo escritório Cavalcanti e Sion. Depois, passou a ser representado pelo advogado Ricardo Sayeg, que deixou o caso no início deste ano. Agora, ele segue com o advogado Eduardo Leite.

O pedido de extradição de Thiago Brennand segue seu fluxo normal, diz o Ministério da Justiça e Segurança Público. A pasta afirma ter formalizado a solicitação às autoridades dos Emirados Árabes no dia 4 de novembro do ano passado.

No dia 17 de março, 70 armas de Brennand foram apreendidas pela polícia de São Paulo. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os armamentos foram encaminhados para perícia no IC (Instituto de Criminalística) e, depois, ficariam à disposição da Justiça de Porto Feliz, onde o empresário é também é investigado.


OS 4 PEDIDOS DE PRISÃO PREVENTIVA DE BRENNAND

  1. Após a acusação de agressão a modelo Alliny Helena Gomes, Brennand deixou o Brasil em 4 de setembro, horas antes da denúncia do Ministério Público. O órgão determinou que ele retornasse ao Brasil até 23 de setembro e entregasse o passaporte. Como não cumpriu a medida, Brennand teve a prisão preventiva decretada no dia 27 de setembro e tornou-se foragido. A viagem inicialmente foi para para Dubai, nos Emirados Árabes.

  2. Logo depois, a Justiça decretou uma nova prisão contra Brennand, sob a acusação de tatuar à força e manter em cárcere privado uma mulher em Porto Feliz, no interior de São Paulo.

  3. No dia 7 de novembro, Brennand teve a terceira prisão preventiva decretada pela Justiça. Na ocasião, os promotores Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior apresentaram denúncia contra ele por suspeita de estupro que teria ocorrido também em Porto Feliz.

  4. No dia 6 de março, ele teve a prisão preventiva decretada após a denúncia da miss e estudante de medicina Stefanie Cohen. Ela afirma que foi estuprada por Brennand em 2021.

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