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Justiça nega pedido de revogação de prisão de Thiago Brennand

Defesa pediu que nome seja retirado da lista de foragidos da Interpol; empresário prometeu voltar ao Brasil

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São Paulo

A Justiça de São Paulo negou o pedido de revogação da prisão preventiva do empresário Thiago Brennand, 42, que havia sido solicitada pela defesa.

A Folha apurou que o advogado do empresário fez o mesmo pedido para as cinco prisões preventivas já decretadas contra Brennand, que viajou para os Emirados Árabes poucas horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público e é considerado foragido pela Interpol.

Thiago Brennand se pronuncia sobre acusações em vídeos publicados no YouTube
Thiago Brennand se pronuncia sobre acusações em vídeos publicados no YouTube - YouTube/Reprodução

Ao menos um pedido já foi negado, que trata da denúncia de ter mantido uma namorada em cárcere privado em sua casa em Porto Feliz, no interior de São Paulo. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o pedido foi negado na 1ª Vara Judicial de Porto Feliz. O órgão ressalta que o processo tramita em segredo de Justiça.

A petição, assinada pelo advogado Eduardo Cesar Leite, afirma que Brennand, que está nos Emirados Árabes Unidos desde setembro de 2022, tem o desejo de voltar ao país e se apresentar às autoridades da Polícia Federal, se comprometendo a comparecer de "imediato em juízo para entrega de seu passaporte".

"Objetivando cumprir os trâmites processuais, o acusado manifesta o interesse em retornar ao Brasil, na próxima quinta-feira (6 de abril de 2023), chegando no dia 7 de abril", diz o documento, que encerra dizendo que o acusado se colocará "à disposição da Justiça".

Porém, a Justiça considerou que as circunstâncias de retorno do empresário e sua apresentação espontânea às autoridades não alteram a decisão em relação a prisão preventiva.

O empresário é acusado de crimes sexuais e já foi denunciado oito vezes pelo Ministério Público de São Paulo e tem cinco prisões preventivas decretadas. Em vídeos postados nas redes sociais, ele sempre negou todas as acusações. Procurado, o advogado não se manifestou até a publicação da reportagem.

Em vídeo publicado na semana passada, Brennand afirma que pretende voltar ao Brasil, que deve desculpas a ex-advogados e a autoridades a quem ofendeu, mas diz que provavelmente será preso "injustamente".

Brennand ficou conhecido após agredir, em agosto de 2022, a modelo Alliny Helena Gomes, 37, durante discussão em uma academia de ginástica na zona oeste de São Paulo.

Anteriormente, a defesa que o representou no caso da agressão afirmou que ele compareceu espontaneamente para prestar esclarecimentos às autoridades e disse que os vídeos mostram que as agressões verbais foram iniciadas por Helena Gomes.

Ele já teve a prisão decretada por lesão corporal e corrupção de menores —segundo a Promotoria, teria incentivado o filho adolescente a ofender a modelo. Horas antes de o Ministério Público apresentar a denúncia, porém, ele viajou para os Emirados Árabes Unidos.

Por isso, foi considerado foragido e teve seu nome incluído na lista da Interpol. Assim, acabou detido em Abu Dhabi em outubro —ele pagou a fiança e responde o processo de extradição em liberdade.

Brennand trocou diversas vezes de advogados desde as primeiras denúncias. No início, foi representado pelo escritório Cavalcanti e Sion. Depois, passou a ser representado pelo advogado Ricardo Sayeg, que deixou o caso no início deste ano. Agora, ele segue com o advogado Eduardo Leite.

O pedido de extradição de Thiago Brennand segue seu fluxo normal, diz o Ministério da Justiça e Segurança Público. A pasta afirma ter formalizado a solicitação às autoridades dos Emirados Árabes no dia 4 de novembro do ano passado.

No dia 17 de março, 70 armas de Brennand foram apreendidas pela polícia de São Paulo. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os armamentos foram encaminhados para perícia no IC (Instituto de Criminalística) e, depois, ficariam à disposição da Justiça de Porto Feliz, onde o empresário é também é investigado.

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