Mãe de vítima de atentado em creche diz que está forte e vai lutar por justiça

Uma semana após ataque, Jennifer Pabst relata em rede social como tem enfrentado a tristeza pela morte do filho de 4 anos

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Curitiba

Uma semana depois do ataque a uma escola infantil particular em Blumenau (SC), a mãe de uma das quatro crianças mortas no atentado disse que está forte e que pretende lutar por justiça. No seu perfil em uma rede social, Jennifer Pabst, mãe de Bernardo Pabst da Cunha, 4, disse que o filho gostaria de ver os pais fortes e que isso tem sido possível com "Deus, oração, pessoas e fé".

"Não nos julgem, somos somente pais tentando sobreviver à morte, à saudade e à ausência física e ‘barulhenta’ de um filho", escreveu ela, ao publicar uma foto ao lado do filho.

Jennifer Pabst também disse que o trabalho vai ajudá-la no processo de luto. "Pois o trabalho, além de nos edificar, ele nos garante apoio, acolhimento, fuga do silêncio e tristeza, me levando de encontro à alegria, amor e boas vibrações".

Jennifer Pabst, mãe de Bernardo Pabst, uma das vítimas do ataque à creche de Blumenau (SC), no último dia 5 de abril - @jennypabst83/Instagram

A mãe de Bernardo afirma ainda que há dois caminhos possíveis, "se entregar ao sofrimento e se render ao sofá" ou "erguer a cabeça e lutar por Justiça". Ela defende mudanças na legislação penal, para aplicação de penas mais severas.

"Sua missão foi cumprida, mas a nossa apenas começou. Hoje travamos uma luta e ela não será fácil. Mas te honrarei, afinal, pais de heróis não param até salvar o dia", disse ela, em referência ao personagem predileto do filho, o Homem-Aranha.

As quatro crianças foram homenageadas em uma missa realizada na Catedral São Paulo Apóstolo na noite de segunda-feira (10).

A mãe do menino Bernardo também defendeu mudanças na legislação penal, para incluir a possibilidade de "prisão perpétua". Ela também faz críticas à impossibilidade de creche pública integral para crianças com mais de 4 anos. A Folha não conseguiu contato com Jennifer.

O Cantinho Bom Pastor oferece pré-escola e atividades de contraturno, além de berçário. A escola infantil também não respondeu à reportagem. A Folha perguntou à prefeitura se Bernardo também estava matriculado na rede pública municipal e ainda aguarda retorno. Ele completaria 5 anos em novembro.

Além de Bernardo Pabst da Cunha, foram mortos Bernardo Cunha Machado, 5, Enzo Barbosa, 4, e Larissa Maia Toldo, 7.

A prefeitura também anunciou que vai construir um memorial em homenagem às quatro crianças.

O ataque à escola, feito por um homem de 25 anos que trabalhava como motoboy em Blumenau, aconteceu pouco antes das 9 horas de quarta-feira (5). Ele pulou o muro e caiu no parquinho da escola, atingindo as crianças.

A ação foi rápida – ele saiu da escola e se entregou a um batalhão da PM próximo.

Ele está preso e deve ser indiciado por quatro homicídios quadruplamente qualificados, além de quatro tentativas de homicídio, em relação às crianças que chegaram a ser hospitalizadas e tiveram alta médica no dia seguinte ao ataque.

O inquérito policial sobre o caso deve ser concluído na sexta-feira (14).

As atividades na escola infantil –CEI Cantinho Bom Pastor– devem ser retomadas na segunda-feira (17). A creche agora tem buscando voluntários para ajudar na reforma do espaço.

A escola infantil é particular e existe há quase 15 anos no bairro Velha. O espaço funciona como berçário, pré-escola e também contraturno para crianças de até 12 anos. Hoje são mais de 200 alunos matriculados e quase 30 funcionários.

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