Descrição de chapéu ataque a escola

Polícia faz operação para apreender dez adolescentes suspeitos de estimular ataques

Ministério da Justiça diz ter identificado grupo que incentivava atos em cinco estados, incluindo São Paulo

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Curitiba e Brasília

Polícias de cinco estados brasileiros apreenderam nesta quarta-feira (19) dez adolescentes e cumpriram 13 mandados de busca e apreensão e 11 afastamentos de sigilo de dados.

Os adolescentes têm entre 11 e 17 anos e estão sendo investigados pela prática de atos infracionais equiparados aos delitos de ameaça, incitação ao crime, apologia ao crime ou criminoso, associação criminosa, além de incorrerem nos artigos 12 (possuir arma de fogo, de uso permitido, em desacordo com a lei) e 14 (portar ou adquirir arma sem autorização) do Estatuto do Desarmamento.

As apreensões ocorreram em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Paraná, em Santa Catarina e em Pernambuco.

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, as investigações que resultaram na deflagração da Operação Escola Segura começaram após o ataque à escola infantil Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), em 5 de abril. Um homem de 25 anos –que está preso e já responde pelos crimes na Justiça catarinense— invadiu a creche com uma machadinha e matou quatro crianças. Outras cinco tiveram ferimentos.

Flores foram colocadas em frente à escola infantil onde um homem matou quatro crianças, em Blumenau (SC), no dia 5 de abril de 2023 - Anderson Coelho - 6.abr.23/AFP

O ministério afirma que, a partir deste episódio, foram localizadas, pelas redes sociais, outras pessoas que estariam fazendo ameaças de ataques similares.

De acordo com a pasta, trabalharam de forma integrada 51 chefes de delegacias de investigação e 89 chefes de agências de inteligência de segurança pública (Polícias Civis e Polícia Militar).

As ordens judiciais foram determinadas pela Vara da Infância e Juventude da Comarca de Blumenau.

Os mandados foram cumpridos em 11 cidades: Recife (PE); Blumenau (SC); Curitiba e Guaíra, no Paraná; Barra Mansa, Duque de Caxias e São Gonçalo, no Rio de Janeiro; São Paulo, Itapira, São José dos Campos e Salto, em São Paulo.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que as polícias estaduais estão trabalhando em conjunto com o Ministério da Justiça para maior eficácia nas ações preventivas e repressivas. Ele explicou que a operação ocorreu porque foi identificada uma articulação de jovens "especulando sobre ataques em escolas".

"Entre o 8 de janeiro e os ataques nas escolas há uma ligação óbvia, o mesmo método, o mesmo paradigma, o paradigma da violência. Precisamos nos enfrentar na política e no espaço da escola", disse o ministro em entrevista ao Jota.

"Se nós olharmos bem o que aconteceu em outros anos: invasão do hospital, campanha contra vacina, vacina faz mal, agride médico, agride enfermeiro, agride políticos, agride o professor, agride os alunos. É o mesmo fio condutor de múltiplas formas, mas há um terrível fio condutor que deve ser enfrentado de modo amplo, inclusive não institucional", acrescentou o ministro.

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