Professora de creche atacada em SC diz que trancou sala para proteger bebês

Quatro crianças, com idades entre 5 e 7 anos, foram mortas; assassino, já detido, usou machadinha no ataque

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Cristiano Farias Martins
Blumenau (SC)

Uma das professoras da creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), onde um homem de 25 anos matou quatro crianças na manhã desta quarta-feira (5), disse que trancou a sala onde ficam os bebês para tentar protegê-los.

"Minha parceira de sala chegou correndo dizendo 'fecha a porta, fecha a janela porque um cara assaltou o posto'. Pensamos que era um assalto porque ele invadiu a escola, só que fechei os bebês no banheiro, depois vieram na porta dizendo que ele 'veio matando', ele foi no parque para matar", relatou a professora Simone Aparecida Camargo à NSC TV.

"No parquinho, a turma do pré estava toda no parque fazendo uma roda de conversa. Ele tinha mais que uma arma", declarou.

Os mortos são três meninos e uma menina, com idades entre 5 e 7 anos. O ataque também deixou ao menos três crianças feridas, uma delas em estado grave, que foram encaminhadas para hospitais da região.

De acordo a PM, o autor do ataque tem 25 anos e se entregou no 10º Batalhão da Polícia Militar. Ainda não há informações sobre as motivações para o crime.

Movimentação no local do ataque que deixou crianças mortas
Movimentação em frente à creche em Blumenau (SC) - Divulgação/CBMSC

Uma machadinha foi usada para matar as vítimas, segundo o tenente Márcio Filippi, comandante do 10º BPM.

O assassino chegou à creche em uma moto, pulou o muro e escolheu as vítimas aleatoriamente, ainda conforme a polícia. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crianças, ele decidiu fugir pulando o muro e se dirigiu ao 10º BPM, onde se entregou.

Ainda segundo a polícia, o suspeito se manteve calado ao se entregar. De acordo com o delegado Ulisses Gabriel, chefe da Polícia Civil de Santa Catarina, o suspeito será interrogado nas próximas horas.

O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), a vice-prefeita, Maria Regina de Souza Soar, e o secretário de Educação, Alexandre Matias, foram ao local para prestar ajuda aos familiares.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), chegou de helicóptero a Blumenau no final da manhã. "Não tem nem o que falar, é dar apoio às famílias. O delinquente está preso. Infelizmente o mundo é um lugar que precisa de mais amor, de mais paixão, a gente se sente impotente", disse, em entrevista coletiva no local.

O clima no local é de consternação e busca por informações. A creche fica na rua dos Caçadores, bairro da Velha. Há mobilização de bombeiros e policiais para atender familiares, e o local foi isolado.

No Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de "monstruosidade" o ataque.

"Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas", escreveu Lula.

AULAS CANCELADAS

A Prefeitura de Blumenau informou que as aulas da rede municipal foram suspensas nesta quarta. Outras atividades, como a comemoração oficial da Páscoa em um parque da cidade, também foram canceladas.

Ainda segundo a prefeitura, o serviço de psicologia do município está à disposição das famílias.

"Lamentamos profundamente essa tragédia que causa uma triste marca na história da nossa cidade. Que Deus possa confortar o coração de todas as famílias", disse o prefeito Mário Hildebrandt, de acordo com a gestão municipal.

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