Memória dele vai ser honrada no meu coração, diz pai de menino morto em creche de SC

Bruno Bridi é pai de Bernardo, de 5 anos, uma das quatro crianças mortas em ataque em Blumenau (SC)

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Cristiano Farias Martins
Blumenau (SC)

Bruno Bridi, pai de Bernardo Cunha Machado, 5, uma das quatro crianças mortas nesta quarta (5) na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), disse agradecer os momentos que viveu ao lado do filho e que vai honrar a memória do garoto em seu coração.

"A partir de hoje a memória dele vai ser honrada dentro do meu coração, de cada um que está aqui dentro, de todo mundo, quem vive o drama na pele sabe", disse o pai, em entrevista a jornalistas.

"Como cristão e como militar, vou lutar com todas as forças para continuar no caminho do Senhor e agradeço a Deus por todos os momentos que vivi com meu filho", acrescentou.

Bruno Bridi, pai de Bernardo Cunha Machado, 5, uma das quatro crianças mortas nesta quarta (5) na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC)
Bruno Bridi, pai de Bernardo Cunha Machado, 5, uma das quatro crianças mortas em SC - Reprodução

Os mortos são três meninos e uma menina, com idade entre 5 e 7 anos. Outras quatro crianças feridas foram socorridas e levadas para o hospital Santo Antônio, nenhuma em estado grave. O autor do ataque é um homem de 25 anos, que se entregou à polícia e está preso.

Uma das professoras da creche disse que trancou a sala onde se encontravam os bebês para tentar protege-los. Ela se identificou apenas como Simone.

Bruno Bridi contou sobre os últimos momentos em que esteve com Bernardo, quando deixou o filho na creche na manhã desta quarta.

"Hoje ele chegou pela creche imitando o coelhinho, ele e o amiguinho dele. É isso, [vou] fazer valer todos os momentos dele", disse.

O ATAQUE

Vizinhos da escola se disseram impressionados com a rapidez com que o assassino entrou e saiu do escola sem ser visto.

"A gente pensou que uma criança tinha caído, se machucado. Mas aí [ouvimos] uma senhora gritando, [pensei] acho que é coisa séria", conta Anderson da Silva, proprietário da gráfica localizada em frente ao portão do CEI (Centro de Educação Infantil).

"Ninguém viu como [o assassino] chegou ou como saiu, foi muito rápido. É uma sensação de impotência, de não conseguir parar esse cara, de não conseguir fazer nada. Nossos filhos iam nessa creche até o ano passado, são amiguinhos deles que estavam ali, a gente imagina a dor dos pais em uma hora dessas", acrescentou.

Uma machadinha foi usada na ação, segundo o tenente Márcio Filippi, comandante do 10º BPM (Batalhão da Polícia Militar). O assassino chegou ao local em uma moto, pulou o muro e escolheu as vítimas aleatoriamente. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crianças, ele decidiu fugir pulando novamente o muro.

As motivações do assassino ainda são desconhecidas. De acordo com o delegado Ulisses Gabriel, chefe da Polícia Civil de Santa Catarina, ele deve ser interrogado nas próximas horas.

Erramos: o texto foi alterado

Bruno ​Bridi é pai de Bernardo Cunha Machado, 5, e não de Bernardo Pabst da Cunha, 4, que também morreu no ataque a creche em Blumenau (SC). O sobrenome Pabst também foi grafado incorretamente como Pabest. 

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