Diretor é afastado após relato de racismo e agressão em escola estadual de SP

Mãe diz que menina de 6 anos teve ferimentos e foi xingada de 'urubu' por colegas; medida ocorre para apuração, diz secretaria

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São Paulo

A Secretaria de Educação de São Paulo afastou nesta sexta (26) o diretor de uma escola estadual acusado de se omitir em suposto caso de agressão e racismo contra uma aluna de 6 anos. A mãe da estudante, Thamires Rosa, também aponta omissão por parte da secretaria. A polícia investiga o caso.

Em nota, a pasta informou que o diretor da Escola Estadual Adelina Issa Ashcar, no Cambuci, na região central da capital, foi afastado enquanto ocorre a apuração —o nome dele não foi divulgado. A secretaria da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) também disse que a mãe foi ouvida nesta sexta. "A conclusão pode resultar em sanções administrativas", diz o comunicado.

Fachada da Escola Estadual Adelina Issa Ashcar, na Zona Sul de São Paulo - Reprodução/Google Street View

Segundo Thamires Rosa, a filha chegou da escola no último dia 2 com o olho inchado, marcas de agressão no rosto e escoriações na região do abdômen. "Ela disse que estava brincando, esbarrou nos amigos, eles disseram iam da uma lição nela", afirma Rosa.

Ela também relata que a filha contou ter sido xingada de "urubu" e teve o cabelo chamado de "feio" antes de ser agredida. Diz ainda que, do dia 3 de maio, quando foi à escola pedir esclarecimentos, até a última sexta-feira, quando foi ouvida por supervisoras da secretaria, tanto a escola como a pasta foram omissas no caso.

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Thamires Rosa, mãe de aluna vítima de racismo na escola Adelina Issa Ashcar - Reprodução/TV Globo

Segundo ela, a filha passou por exame no IML (Instituto Médico Legal) dois dias após o incidente, para identificar lesões no corpo. O órgão deu um prazo de 30 dias para enviar o resultado. A menina, afirma a mãe, não vai à escola desde o dia 4 e passa por tratamento psicológico.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do estado afirmou que o 6º DP (Cambuci) investiga o caso e que as imagens internas da escola foram analisadas pela equipe da unidade. "A delegacia segue no aguardo do exame solicitado, que está em fase de elaboração", declara.

"Só quando postei um vídeo nas redes sociais recebi uma ligação da Seduc dizendo ter ciência do caso", disse à Folha neste sábado (27) a mãe, que ainda não havia sido informada do afastamento do diretor.

Procurada, a Secretaria da Educação disse ainda que "atua contra situações de violência e discriminação, junto a promoção da Educação Antirracista, seja dentro ou fora das escolas". "A Diretoria de Ensino (DE) Centro-Sul realiza junto ao Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP) medidas restaurativas, que garanta o acolhimento da estudante no ambiente escolar e seguem à disposição da comunidade."

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