Docente e pesquisador da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) por 20 anos, o advogado Fernando Kinoshita tem no currículo nove livros publicados e dez especializações. Entre as áreas que estudou estão história, comércio exterior, direitos humanos, regionalismo aberto, além de seu doutorado em direito internacional.
Foi membro da Integração Euro-Latino-Americana, da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB/SC.
Coordenador de pesquisas no Centro de Ciência Jurídicas da UFSC, Kinoshita tinha ótima relação com colegas e alunos. Em nota de pesar, o CCJ destacou sua gentileza, educação e amor pelo que fazia. "Sempre com uma palavra amiga e acolhedora. Pessoa de grande humildade, simplicidade e preocupação para com o bem comum."
O Centro Acadêmico da UFSC ressaltou a originalidade do professor, "detentor de uma extensa carreira acadêmica e personalidade irreverente, que marcou positivamente a experiência universitária de cada um de seus alunos".
Para os que passaram pelos ensinamentos de Kinoshita, ficou a principal lição: "É preciso viver a vida com leveza e alegria, independentemente do tempo que temos neste plano de existência".
O amigo Eduardo Lebre lembra que o professor tinha material já compilado para a próxima publicação, uma inédita teoria sobre Estado, política e direito para a sua tese de doutorado. "Ele priorizava os direitos e as garantias fundamentais do ser humano e o equilíbrio para encontrar a paz em todos os lugares", declara.
Antes do direito, Kinoshita chegou a ser técnico em eletrônica, estagiário no Banco do Brasil, garçom e músico de banda de rock. "Ele não fazia distinção de pessoas. Sentava e conversava com moradores de rua assim como com advogados, juízes, desembargadores", diz a irmã, Juliane Kinoshita.
Também docente, ela conta que o irmão foi sua grande inspiração. "Ele sempre orientava que o tempo para aprender tudo que fosse possível era precioso, então, que aproveitássemos ao máximo."
Em suas horas vagas, o advogado gostava de ler, escrever poesias, livros e estudar desde física quântica a arquitetura. Também esculpia peças em madeiras e pedras, amava seus animais, as plantas, as flores, as árvores, "tudo que fosse relacionado à natureza".
A prática da meditação era constante. "Fernando sempre trouxe muita alegria e valorizava demais a vida. Trouxe mais espiritualidade para nosso núcleo familiar", ressalta a irmã.
Fernando Kinoshita morreu de infarto em 15 de maio e foi sepultado em sua cidade natal, Uraí, no Paraná. Deixa familiares, amigos e alunos saudosos e agradecidos.
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