A carreira de Cid Gomes soma quase 70 anos dedicados à medicina. Renomado pneumologista, ele teve papel importante no combate à tuberculose no Brasil, nas décadas de 1950 e 1960, e à poliomielite, nos anos 1980.
Membro da Associação de Combate à Tuberculose em Santa Catarina, o médico acompanhou a visita do cientista Albert Sabin ao estado para também orientar e estabelecer critérios de combate à doença.
Em 1990, passou a atender pacientes com HIV e tornou-se membro pesquisador do Conselho Nacional de Saúde.
Foi pesquisador e docente da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), gestor e médico do esporte, com passagem pelo Avaí Futebol Clube, e um dos sócios fundadores da Associação Catarinense de Pneumologia e Tisiologia (Acapti).
"Médico, pesquisador científico, gestor e exemplo de solidariedade", publicou a UFSC, em nota de pesar.
Na cidade catarinense de Itajaí, foi diretor do Centro de Saúde e um dos primeiros médicos do Hospital Marieta Konder Bornhausen.
Em Florianópolis, foi professor do curso de medicina da UFSC, diretor da Vigilância Epidemiológica e do Hospital Nereu Ramos.
Foi ainda superintendente do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) e secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Saúde.
A UFSC destacou que Cid era leitor voraz e viajou o mundo incansavelmente em busca de novos conhecimentos para repassá-los, lembrando as "incontáveis participações em cursos e congressos".
A Associação Catarinense de Medicina emitiu nota ressaltando a importante atuação do médico. "Era imensamente respeitado pelo seu profissionalismo e querido por todos."
O neto Thor Gomes Schimit conta que Cid trabalhou até os 85 anos, participando de congressos, sendo inspiração para ele, seu pai e sua tia, todos médicos. "O registro dele é tão antigo que tem apenas dois dígitos: 80", afirma. "Também era muito respeitado na maçonaria, sobre a qual era bastante reservado."
A filha Andressa Gomes, que também é médica, aponta que o pesquisador sempre se baseou em evidências científicas. "Estudou muito, publicou muito e teve anos dedicados à saúde pública."
Segundo a filha, o pai era uma pessoa de falar pouco, mas com senso de humor incomparável, muito sagaz, sereno e empático. "Enfrentou todas as dificuldades da vida com muita sabedoria e era nosso conselheiro."
O pneumologista morreu em 1º de maio, de problemas relacionados a uma doença rara, amiloidose. Ele deixa sete filhas, 11 netos, 15 bisnetos e um legado para a pneumologia brasileira.
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