Suspeita de envenenar enteados no Rio vai a júri popular

OUTRO LADO: advogados da mulher vão recorrer da decisão da Justiça

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São Paulo

A juíza Tula Corrêa de Mello, titular da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, decidiu nesta segunda-feira (15) que Cintia Mariano Dias Cabral, suspeita de matar a enteada e tentar mantar o enteado, será submetida a júri popular.

Cintia é acusada de envenenar os enteados Fernanda e Bruno Cabral. Com 22 anos, Fernanda morreu no dia 28 de março do ano passado. Aos 16 anos, Bruno sobreviveu à tentativa de homicídio ocorrida há um ano.

A Justiça também decidiu manter a prisão preventiva da acusada.

Os advogados de Cíntia disseram que vão recorrer da decisão.

Cíntia Mariano Dias Cabral ao ser presa, em maio; ela é suspeita de tentar matar por envenenamento a enteada - Lucas Tavares-20.mai.22/Agência O Globo

Fernanda passou mal após comer um sanduíche na casa da madrasta e foi levada ao Hospital Albert Schweitzer, no Realengo, zona oeste do Rio. Ficou internada durante 13 dias e não resistiu.

Bruno foi para o mesmo hospital após comer um feijão preparado pela madrasta.

O resultado da exumação do corpo de Fernanda apontou a presença de chumbinho no corpo da jovem.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Flávio Rodrigues, Cíntia tem um perfil ciumento e possessivo e chegou a simular uma tentativa de suicídio dias antes de ser presa.

A investigação policial, que durou dois meses, considerou depoimentos, provas técnicas com exames médicos e os laudos, além da análise do telefone celular.

Cíntia está presa desde 20 de maio. A suspeita de que Fernanda Cabral tenha sido morta por envenenamento foi levantada pela mãe da jovem após o filho de 16 anos voltar da casa da madrasta passando mal, em 15 de maio.

Fernanda Cabral, 22, que morreu em março; madrasta foi presa suspeita de ter provocado a morte com veneno para ratos (chumbinho) - @ffernandacarvalho no Instagram

O adolescente apresentava os mesmos sintomas que levaram Fernanda a ser internada —dores no peito, dor de cabeça, língua e boca dormentes.

Quando Cíntia foi indiciada pela polícia, o advogado Carlos Augusto Santos afirmou que havia um "malabarismo pericial" na investigação.

"Os primeiros laudos dos médicos disseram que não havia intoxicação. Como isso pode ser comprovado agora? A polícia não pode pegar um prontuário e dar um palpite. Mesmo com a exumação, nós vamos avaliar", declarou, na ocasião.

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