SC: Polícia quer quebra de sigilo de envolvidos em desaparecimento de criança

Medida será tomada após investigação identificar pagamento de R$ 100 para o deslocamento da mãe para realizar a entrega do menino

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Rio de Janeiro

A Polícia Civil de Santa Catarina vai pedir a quebra de sigilo bancário dos envolvidos no desaparecimento do menino localizado em São Paulo.

O pedido será feito após a polícia ter recebido a informação de que a mãe da criança recebeu R$ 100 para o deslocamento de entregar da criança ao homem que intermediou a adoção ilegal. A quebra de sigilo poderá identificar outras possíveis transações financeiras entre os suspeitos.

A delegada Sandra Pereira, responsável pelo caso, afirmou que o dinheiro foi usado para o pagamento de transporte de aplicativo para que a mãe da criança levasse o bebê até Marcelo Valverde Valezi e retornasse.

Menino de 2 anos entregue pela mãe em Santa Catarina foi encontrado em São Paulo - @julianobxd no Instagram

O menino está em uma casa de acolhimento em São Paulo e deve retornar nesta segunda-feira (15) para Santa Catarina, onde inicialmente ficará em um abrigo institucional em São José, na Grande Florianópolis. Os avós maternos da criança querem a sua guarda.

Segundo a polícia catarinense, a mãe do menino, uma mulher de 22 anos, admitiu que entregou o filho a outra pessoa para adoção. Não há registro do pai do menino na certidão de nascimento.

Ainda segundo a investigação, mensagens de celular indicam que a mãe sofreu assédio para dar o filho desde o nascimento dele, há dois anos.

Em 2 de maio, ela foi internada na UTI de um hospital, por razões não divulgadas, o que impediu que familiares soubessem o que aconteceu com o menino, que não viam desde 30 de abril.

Três dias depois, a avó e um tio maternos fizeram um boletim de ocorrência na Polícia Civil, e o menino foi incluído no programa SOS Desaparecidos da Polícia Militar de Santa Catarina.

Em 8 de maio, a criança foi encontrada dentro de um carro em São Paulo, junto com um homem e uma mulher, presos em flagrante sob suspeita de tráfico de pessoas.

As defesas dos presos negam a acusação. Segundo a advogada Fernanda Salvador, que defende Roberta Santos, o menino foi entregue pela mãe para que fosse cuidado "por um tempo" pela sua cliente por causa da situação de vulnerabilidade.

No momento da prisão, ela estava acompanhada de Marcelo Veleze, que diz ter conhecido a mãe do menino em um grupo de mulheres com interesse em doar crianças e a apresentado a Roberta.

Segundo as advogadas Laryssa Nartis e Khatarine Grimza, Veleze foi procurado recentemente pela mãe do menino. "Ela falou que, caso ele não pegasse a criança, ela poderia cometer uma loucura", disseram. "Ele não tinha mais contato com a mãe, ela é que veio procurá-lo agora."

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