Homem é preso sob suspeita de estuprar jovem em banheiro no estádio do Corinthians

Empresa organizadora da Fanfarra Festival não se manifestou; clube disse se solidarizar com vítima

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São Paulo

Um rapaz de 19 anos foi preso sob suspeita de estuprar uma mulher da mesma idade dentro de um banheiro químico durante uma festa realizada na Neo Química Arena, o estádio do Corinthians, em Itaquera, zona leste de São Paulo. A prisão ocorreu neste domingo (25).

A reportagem procurou os responsáveis pelo evento, a Fanfarra Festival, por meio de redes sociais, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto.

Em nota, o Corinthians declarou que se "solidariza com a vítima, repudia qualquer tipo de violência e se coloca à disposição da jovem, da família e das autoridades para auxiliar no que for preciso". Segundo o clube, a organização dos eventos realizados por terceiros na arena é de total responsabilidade das empresas que alugam o espaço, incluindo o acesso e a segurança dos frequentadores.

Na delegacia, o suspeito alegou ter ficado com a vítima durante a festa e negou a acusação de estupro. Antes, ainda na arena, ele teria dito a policiais militares ter praticado sexo com a jovem de forma voluntária e consentida.

Ele foi preso em flagrante e indiciado por estupro de vulnerável. Na noite desta segunda-feira, a juiza Marcela Dias de Abreu Pinto Coelho converteu a prisão em flagrante para preventiva, ou seja, sem prazo para definição, com o suspeito podendo ficar detido até um provável julgamento.

Vista externa da Neo Química Arena, o estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo
Vista externa da Neo Química Arena, o estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo - Rivaldo Gomes - 24.jan.19/Folhapress

Em depoimento à Polícia Civil, uma segurança que trabalhou no evento disse ter sido acionada, por volta das 3h, por um colega de trabalho, que relatou ter visto a vítima entrar numa cabine individual masculina cambaleando, sendo empurrada por um homem.

A segurança foi até o banheiro, bateu à porta, mas ninguém abriu. Ela afirmou ter batido, então, uma segunda vez. Sem resposta, empurrou a porta e viu a menina desacordada, caída sobre o vaso sanitário, com a blusa levantada, calça jeans abaixada e calcinha puxada para a lateral.

Ainda segundo seu relato à polícia, a segurança disse ter visto o homem abusando sexualmente da vítima.

Na sequência, segundo a segurança, o homem se assustou, disse que a mulher estava desacordada e logo depois afirmou que eram namorados.

De acordo com a segurança, o jovem se recusou a acompanhá-la e foi imobilizado. Revoltadas, testemunhas que acompanharam toda a cena passaram a agredi-lo. Ele foi levado para a UPA de Itaquera e liberado em seguida.

A menina, ainda desacordada, foi encaminhada inicialmente para o ambulatório do evento e, depois, ainda desmaiada, ao Hospital da Mulher, no centro da capital.

Segundo a segurança, o jovem debochou dela na porta da delegacia, dizendo que o caso não daria em nada. Ele já teria a ameaçado anteriormente, na enfermaria do evento, onde teria dito que acharia ela até no inferno e que ela seria a próxima a ser abusada.

Em seu depoimento à polícia, a vítima declarou que estava em uma festa com um grupo de amigas, quando decidiu ir ao banheiro sozinha para fazer xixi e lavar o rosto, já que não estava se sentindo bem. Ela relatou se lembrar apenas de ter caído, que não se recordava de ter sido violentada e negou conhecer o suspeito ou ter ficado com ele naquela madrugada.

Exame no hospital não indicou a presença de sêmen, mas foi prescrito o uso de medicamentos contra infecções sexualmente transmissíveis.

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