Restauração da fachada do Copan tem início após 12 anos

Primeira etapa da obra no centro de SP deve durar até agosto de 2024

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São Paulo

O restauro das fachadas do edifício Copan, ícone do centro de São Paulo, finalmente saiu do papel após quase 12 anos de espera.

Na última semana, a administração do condomínio assinou contrato com uma empresa de engenharia para a recuperação das fachadas sul e laterais do prédio —a parte da frente, voltada para a avenida Ipiranga, será reformada depois.

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Edifício Copan, no centro de São Paulo, com fachada cercada por tela de proteção. - Karime Xavier - 30.set.2021/Folhapress

A mobilização para a obra teve início nesta segunda-feira (12). A previsão é que essa primeira etapa da reforma, orçada em R$ 16,3 milhões, seja concluída até agosto de 2024.

De acordo com o síndico Affonso Celso Prazeres, a obra será paga com recursos próprios do caixa do condomínio.

As pastilhas de porcelana que compõem a fachada do edifício serão substituídas por outras idênticas. Ao todo, o revestimento cobre 47 mil m² das faces do prédio, que tem 115 metros de altura. "Atuaremos na recuperação das estruturas dessas fachadas com cerca de 80 colaboradores, com garantia de preservação e integridade do patrimônio durante o processo", disse Eduardo Viegas, presidente da Concrejato, empreiteira responsável pela obra.

As negociações para viabilizar a restauração da fachada começaram em 2011, ano em que uma tela de proteção foi instalada ao redor do edifício. A medida de segurança foi adotada após acidentes provocados pelo descolamento das pastilhas que revestem o prédio. No caso mais grave, o cachorro de um morador foi atingido pelo material e morreu.

Para dar início à reforma, a administração do condomínio precisava de autorizações de órgãos de tombamento —desde 2012 o Copan é protegido pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo).

O projeto foi aprovado pelo conselho em 2021, ano em que o condomínio abriu edital para escolher empresa que faria a obra.

O síndico Celso Prazeres diz que por enquanto o Copan não tem recursos para viabilizar a segunda etapa da restauração, na fachada principal do edifício. "Estamos buscando parcerias de empresas, já que temos a possibilidade de colocar até 2 mil m² de publicidade na fachada, pelo artigo 50 da lei Cidade Limpa", disse.

A norma em questão foi regulamentada em 2010 e permite que proprietários ou administradores de imóveis tombados busquem patrocinadores para reformas. Como contrapartida, as empresas podem expor sua marca por tempo determinado e seguindo regras estabelecidas pela prefeitura.

Inaugurado em 1966, o edifício Copan é uma das obras mais famosas do arquiteto Oscar Niemeyer e foi projetado em um momento de expansão e valorização do centro da capital paulista. Hoje, cerca de 5.000 moradores vivem no condomínio, que possui aproximadamente 1.200 apartamentos.

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