Escavações arqueológicas no antigo DOI-Codi de SP começam dia 2

Prédio na zona sul da capital paulista foi local de tortura durante a ditadura militar

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Camila Boehm
São Paulo | Agência Brasil

As escavações arqueológicas no antigo DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna) — órgão que era subordinado ao Exército e foi local de tortura e assassinatos de opositores da ditadura militar — já têm data para que sejam executadas: de 2 a 14 de agosto deste ano.

Os trabalhos serão realizados por pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Eles avaliam que os prédios do antigo DOI-Codi/SP, no bairro de Vila Mariana, zona sul de São Paulo, são um marco físico que documentam um período brutal da história brasileira, sob permanente disputa.

Fachada do antigo prédio do DOI-Codi, na Vila Mariana, em São Paulo, onde serão feitas as escavações arqueológicas
Fachada do antigo prédio do DOI-Codi, na Vila Mariana, em São Paulo, onde serão feitas as escavações arqueológicas - Eduardo Anizelli - 11.nov.13/Folhapress

Nas escavações, os pesquisadores pretendem explorar os vestígios encontrados no local, objetos, estruturas arquitetônicas e registros documentais, a fim de buscar esclarecimentos sobre o passado e contribuir para a compreensão dos eventos ocorridos durante o período.

"Resultado de um trabalho coletivo desenvolvido no âmbito do Grupo de Trabalho Memorial DOI-Codi em 2018, o objetivo dessas escavações é utilizar as pesquisas arqueológica e histórica para compreender os vestígios materiais e a memória associada a esse importante local de violações de direitos", disse, em nota, o grupo responsável pelo trabalho.

Espaço de memória

Acrescentou que busca estabelecer uma base sólida para a criação de um espaço de memória do estado de São Paulo, permitindo que diversos grupos da sociedade possam acessar informações e interpretações sobre o passado.

"A investigação rigorosa, o diálogo contínuo com a sociedade e a aliança entre ciência e direitos humanos é um dos caminhos para o conhecimento do nosso passado, visando o fortalecimento da democracia e da construção de políticas públicas efetivas para a consolidação da cidadania", diz a nota.

Haverá ainda visitas guiadas às escavações, oficinas com estudantes e professores, além de mesas e debates com ex-presos, pesquisadores e defensores dos direitos humanos.

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