Descrição de chapéu Cracolândia drogas

Líder, vigia e 'recepcionista' do tráfico estão entre presos na cracolândia, diz Polícia Civil

Operação realizada na noite deste sábado (22) prendeu 18 suspeitos de tráfico de drogas de um total de 35 identificados em investigação

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São Paulo

Uma mulher apontada como líder da cracolândia, seguranças e "recepcionista" das barracas onde as drogas são vendidas estão entre os 18 presos em operação da Polícia Civil realizada na noite deste sábado (22), na rua onde o fluxo de usuários de drogas está fixado, na região central de São Paulo.

A operação tinha como alvo 35 pessoas identificadas nas investigações realizadas por policiais do 3º DP (Campos Elísios) com base em imagens de câmeras de segurança e de drones. De acordo com boletim de ocorrência, foram detidos 18 acusados de praticar tráfico de drogas na cracolândia.

Operação da Polícia Civil teve apoio da GCM para prender traficantes na rua dos Gusmões, endereço da cracolândia
Operação da Polícia Civil teve apoio da GCM para prender traficantes na rua dos Gusmões, endereço da cracolândia - Danilo Verpa - 22.jul.23/Folhapress

Além dos 16 alvos da operação, foram capturados dois homens procurados pela Justiça. Um deles havia fugido do presídio de Franco da Rocha onde cumpria pena por tráfico, roubo qualificado e furto. Segundo as acusações, ele atuava junto a traficantes e entregava a droga aos usuários.

Em nota, a secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que todos os presos tinham antecedentes por tráfico de drogas, roubos, furtos e outros crimes. "Os alvos foram autuados em flagrante e a autoridade policial representou pela conversão da prisão preventiva à Justiça", informou a secretaria.

As investigações que basearam as prisões neste sábado tiveram como pano de fundo o funcionamento das barracas usadas pelos traficantes para organizar a venda das pedras de crack e manter a atividade ilícita fora da vigilância policial.

No total, cinco mulheres e um homem foram presos após terem sido identificados pelas imagens da polícia como traficantes. Os demais detidos atuavam no suporte à venda de drogas, como seguranças das barracas e "recepcionistas", responsáveis por conduzir os usuários de drogas até o local onde os traficantes disponibilizam as pedras de crack em cima de caixotes e placas de vidro.

Uma das presas foi apontada como líder da cracolândia. Rosemeire Gomes é descrita no boletim de ocorrência que lavrou as prisões como "temida dentro daquele local em que há regras e leis próprias". Ela foi autuada sob acusação de venda de drogas.

Com ela foram detidos também Edimilson Gregório e Jorsua Souza Silva que, segundo as investigações, são responsáveis por montar e fazer a segurança da barraca usada por Rosemeire em meio ao fluxo de dependentes químicos.

Outro alvo preso foi Mateus Prado que, segundo os delegados, encaminhava os usuários até as barracas. Mais um acusado detido, José Francisco Neto, tinha a mesma função e auxiliava os traficantes ao conduzir dependentes até os locais onde a droga é disposta. Salomão Fernandes fazia a segurança da entrada das barracas e está entre os presos neste sábado. Tudo segundo os investigadores.

A reportagem não conseguiu acesso às defesas. Questionada, a SSP não informou se os presos têm advogados constituídos. O BO tampouco informava isso ou qual a alegação dos presos.

Durante a operação policial, cães farejadores da GCM (Guarda Civil Metropolitana) encontraram 111 gramas de pedras de crack no estacionamento localizado em frente à cracolândia, na rua dos Gusmões. Segundo os policiais, os traficantes arremessam as drogas para o local quando há aproximação de oficiais em ronda.

A operação ocorreu dias após o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ter anunciado uma espécie de "censo" para identificar os frequentadores do local e separar moradores de rua, dependentes químicos e traficantes. Até quarta-feira (19), cerca de 200 pessoas haviam sido cadastradas.

A ideia do levantamento era levar os usuários de drogas para um novo endereço no Bom Retiro, a cerca de 2 quilômetros do local onde está a cracolândia atualmente. Mas o governo recuou dessa decisão.

A desistência foi atribuída à dificuldade e a mobilização necessária para deslocar as cerca de mil pessoas que frequentam o fluxo até outro bairro.

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