Descrição de chapéu Obituário Roberta Sales (1978 - 2023)

Mortes: Iluminada, era Mulher-Maravilha na vida real

Roberta Sales conquistava pelo carinho genuíno que dedicava a todos

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São Paulo

A personagem Mulher-Maravilha sempre foi a inspiração de Roberta Sales. Desde pequena, encarnava nas brincadeiras a amazona surgida nos quadrinhos. O gosto pela imagem se manteve durante a vida adulta, fosse nas características ou na hora de vestir a fantasia para alguma das festas que organizava entre amigos e familiares.

Mas a disposição de heroína contrastava com a humildade. Nascida em 1978 na Ilha do Governador, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, Roberta cresceu em Volta Redonda, no interior fluminense, e teve uma criação muito católica.

Por isso, ajudar o próximo era algo que quase passava batido, escondido pela discrição. "Ela sempre achava uma forma de ajudar, mas sem buscar muita visibilidade", diz o companheiro Ricardo Valadão, 43, professor de filosofia.

roberta posa para foto fantasiada como a personagem Mulher Maravilha. usa tiara dourada com estrela no centro, uniforme vermelho com W (woman, mulher em inglês) dourado e uma capa vermelha
Roberta Sales (1978-2023) - Arquivo pessoal

O casal se conheceu quando Roberta chegou a Macaé, na região dos lagos, em 2011. Professora de matemática, ela procurava na coordenadoria regional de ensino uma escola para dar aulas. Foi trabalhar no Ciep (Centro Integrado de Educação Pública) Prefeito Carlos Emir Mussi, dirigido, à época, por Ricardo.

Em meses, ela já organizava eventos culturais e ajudava alunos, indo até a casa de alguns deles, se precisasse. O Ciep, apelidado de Aroeira por causa do bairro onde está localizado, atende uma série de alunos de regiões mais pobres da cidade.

Esse jeito diferenciava Roberta e cativou Ricardo, e a relação profissional virou namoro cerca de três anos depois. Eles ficaram juntos por nove anos.

Ele e amigos dizem que qualquer um era cativado pelo jeito de Roberta. Foi assim que o professor Eddie Paiva, 35, entrou para seu rol de amizades, após trabalhar sob a orientação pedagógica dela.

Como acompanhou o namoro dele com o marido, Arny Silveira, 34, a professora foi convidada para ser uma das madrinhas do casamento. Exímia organizadora de eventos, planejou o jantar dos noivos com os padrinhos. "Eu só pensei em jantar e música, ela chegou com jogos e decoração, ela trazia isso para o ambiente", diz Eddie.

Para o amigo, Roberta viveu o evangelho da fé que professava. "Era uma figura interessante por ser católica fervorosa, mas sem aquele peso institucional. Trazia ensinamentos de amor." Um desses foi deixar um pedido a amigos e familiares para que fizessem algum tipo de doação por ela.

Roberta morreu em 24 de julho, em decorrência de um câncer de útero. Deixa Ricardo, três sobrinhos e uma legião de amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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