Polícia Civil de SP devolve arma e distintivo para Delegado Da Cunha

Secretaria da Segurança Pública afirma que medida não interfere em processos de demissão de andamento

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São Paulo

Alvo de ao menos dois processos demissórios aprovados pela cúpula da Polícia Civil de São Paulo por xingar colegas e forjar prisões, o deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido Delegado Da Cunha, conseguiu recuperar a arma e os distintivos.

A situação foi comemorada pelo parlamentar nas redes sociais, nas quais ele tem milhões de seguidores. Na mensagem, Da cunha agradeceu ao delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, ao secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, e ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

"Fui vítima de uma perseguição, extremamente covarde, do anterior governador e anterior delegado-geral. A Justiça tarda, mas não falha", disse ele, sem mencionar nomes.

Delegado Da Cunha mostra a arma
O delegado da Polícia Civil de S.Paulo, Carlos Alberto da Cunha, comemora nas redes sociais a recuperação da arma - Reprodução

Em julho de 2021, Da Cunha teve esses itens recolhidos por determinação do então delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, quando o hoje deputado passou a ser investigado por uma série de polêmicas nas redes sociais. O governador naquele momento era João Doria (sem partido).

Na época, Da Cunha reclamou da decisão, afirmando que, sem estar armado, a vida dele estava em risco.

A Secretaria da Segurança Pública não informou se ele continuava sem arma desde então.

Foram essas investigações que levaram a Corregedoria a concluir que, entre outras irregularidades cometidas por ele na internet, estavam flagrantes forjados. Os próprios colegas dos policias prestaram depoimento e atestaram as simulações feitas pelo policial com objetivo de promover as redes sociais.

No vídeo compartilhado nesta quarta (26), o parlamentar diz que o governador analisou os processos dele e decidiu a seu favor.

Em outro processo, o Conselho da Polícia Civil aprovou a demissão de Da Cunha por conta de declarações ofensivas, incluindo contra superiores. A palavra final sobre isso, porém, cabe ao governador.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que o processo segue em andamento e que ainda não há decisão de Tarcísio sobre o tema. A pasta disse que a "revogação dessa medida cautelar [de recolhimento das armas] não afeta o andamento do processo disciplinar ainda em curso".

"Além deste, o agente responde a outros dois processos disciplinares que são analisados de acordo com as determinações da Lei Orgânica da Instituição. Tão logo sejam concluídos, os resultados serão publicados no Diário Oficial do Estado", disse o texto.

A Folha questionou, ainda, porque o delegado-geral tomou a decisão de devolver a arma. O governo paulista afirmou que não iria detalhar os motivos.

"A competência para recolher ou restituir a arma, funcional e distintivo de policiais civis é exclusiva do Delegado Geral de Polícia, conforme a Lei Complementar nº 207/79 (art. 86, inciso III). Nenhuma autorização ou manifestação adicional é necessária", diz a nota.

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